Gildson Vieira

Quadrinhos como fonte:
possibilidades de Entre a Foice e o Martelo para o ensino de História

Gildson Nascimento Pereira Vieira



Talvez a personagem de histórias em quadrinhos mais icônica de todos os tempos, o Super-Homem é aquela figura que aglutina todo um way of life a que estamos acostumados a conviver a partir dos tempos de globalização. Essa conexão de ideias que nos chega através da indústria cultural e sua comunicação de massa compõem as vivências, as práticas e os costumes a que, enquanto sociedade organizada e pautada por elementos globais, estamos inseridos. Dessa forma, as histórias em quadrinhos, elemento da comunicação de massa, espelham conceitos, eventos, espaços e personagens que revelam nossas inquietudes, enquanto observadores e agentes do espaço social em que vivemos.

A mitificação da figura do Super-Homem, assim como de qualquer outro símbolo agregador de conscientes coletivos, oferece pauta para análise do imaginário social de que tanto nos preocupa, sendo assim, a utilização da personagem e dos seus símbolos já nos interessa por um estudo de conceitos em si. Nesse patamar, Umberto Eco, por exemplo, trata de nos alertar sobre a representação crítica da identidade humana do Super-Homem, o tímido jornalista Clark Kent. Embaraçoso e motivo de piada no trabalho, Clark Kent seria a crítica do Super-Homem à raça humana, e aquele que o leitor logo se apoiaria; “através de um óbvio processo de identificação (...)” o leitor “nutre secretamente a esperança de que um dia, das vestes da sua atual personalidade, possa florir um super-homem capaz de resgatar anos de mediocridade” (ECO, 2006, p. 248).

Os caminhos são diversos no mundo dos quadrinhos, contudo, o que é proposto neste trabalho é a descrição de uma experiência pautada no encadernado Red Son, 2003 (“Entre a Foice e o Martelo”, em português) que trata da possibilidade do Super-Homem ter crescido na antiga União Soviética e, numa espécie de “determinismo ideológico”, tornando-se defensor da ideologia comunista durante os anos de Guerra Fria. A utilização das histórias em quadrinhos e seus personagens em sala de aula já não é mais tabu nas instâncias do país. Contudo, as precauções para que estas não se tornem apenas instrumento de distração e direcionem os leitores à reafirmação de estereótipos, precisam ter a atenção da escola que pretende trabalha-las.

Nas aulas de História, esses estereótipos, por exemplo, podem ser discutidos em sala, a fim de criar uma “consciência das possibilidades representadas pelos quadrinhos, bem como dos vícios que predominam na indústria que os veicula” (SRBECK, 2006, p. 24.). O professor Túlio Vilela nos oferece mais possibilidades do uso dos quadrinhos em aulas de História; (1) trabalhar conceito de tempo e suas dimensões: sucessão, dimensão e simultaneidade, (2) ilustrar ou fornecer uma ideia de aspectos da vida social de comunidades do passado, (3) estudar a época em que o quadrinho foi produzido, assim como, o período em que a estória é ambientada, entre outros. Importante salientar que “nem toda história em quadrinhos é necessariamente ficcional. Muitas histórias em quadrinhos tem caráter autobiográfico ou semi-autobiográfico” (VILELA, 2009, p. 116), ou seja, algumas histórias em quadrinhos, como o trabalho de Art Spiegelman, tratam do uso da memória como fonte de seus contos.

Uma outra discussão, além das sugestões do professor Vilela (2009) é sobre personagens históricos representados em histórias em quadrinhos. Em Entre a Foice e o Martelo (Mark Millar, 2004), por exemplo, a figura histórica de Josef Stálin (1922-1953) está presente e tem como destino morte por envenenamento ainda no primeiro volume do encadernado. Ainda assim, sobre Stálin, a história em quadrinho oferece além de um texto, uma imagem criada da figura do “grande pai” da nação soviética, devotado pelo povo, estadista nato e líder do Partido Comunista soviético. Stálin, importante personalidade histórica do século XX, logo poderá ser observado sobre o ângulo de uma história em quadrinho produzida por um escritor escocês-“americanizado” no século XXI, outro ponto que pode sofrer análise.

Idealizada em 2003 pelo escocês Mark Millar (1969-), Red Son não faz parte da cronologia “oficial” do Super-Homem, e sim das séries especiais da personagem. Porém, utiliza a personagem para criar uma vertente da história da Guerra Fria (1945-1991) e, assim, contar uma versão nos quadrinhos para esse evento histórico. É importante salientar que a maioria das histórias em quadrinhos não se utiliza de temas políticos, como este de um conflito mundial como a Guerra Fria, contudo, deve-se fazer valer que as HQs em geral possuem muitas referências políticas que podem não estar tão claras na narrativa factual histórica, mas que partem de seu próprio criador.

Os temas que são trabalhados em Entre a Foice e o Martelo vão de encontro a uma abordagem mais séria e que necessitam de um entendimento de conceitos históricos para melhor entender o segmento da narrativa que a revista apresenta. Em um dos grandes momentos da série Entre a Foice e o Martelo, por exemplo, vemos a posição do Super-Homem contra a estrutura do Estado para resolver problemas sociais, numa nação; a personagem não acredita que se sentiria capaz de suceder Stálin e comandar uma instituição tal como ela é construída. Porém, é num momento em que encontra uma fila de necessitados que pedem por comida que ele “é constrangido a acreditar que pode suceder Stalin no poder do Estado e resolver os problemas sociais” (MARQUES; ATAÍDES, s/d, p. 06). 

Fig. 01 (Entre a Foice e o Martelo, vol. 1, página 48)



Talvez o Super-Homem tenha entendido que “o marxismo é um instrumento para mudar o mundo através do conhecimento que, como políticos, então usamos. Não é um meio de vencer discussões políticas”. (HOBSBAWN, 1985, p. 124), trazendo-o para a ação no cenário político como líder da nação pós-Stálin. Este momento citado do quadrinho externa o pensamento da burocracia estatal que sempre apresenta a classe trabalhadora como um agente submisso e estático que espera pela vinda do salvador. Contudo, engana-se aquele que acredita que esta é uma visão exclusivamente soviética, em ambos os lados da Guerra Fria, nos EUA ou na URSS, há pessoas que pedem pela ajuda de uma força superior que trouxesse consigo a vitória sobre o outro.
Neste trabalho, iremos identificar os temas de alguns trechos do primeiro volume de Entre a Foice e o Martelo que também podem ser utilizados em aulas de História da Guerra Fria para turmas do 9º ano do Ensino Fundamental. Vejamos alguns deles:

·        Os EUA descobrem a existência de um Super-Homem soviético e passam a noticiar o fato através das mídias. Super-Homem deixa de ser sujeito e se torna uma arma de destruição em massa, segundo a ótica dos americanos. Cenário típico do pavor da Guerra Fria que, apesar de ser considerada como um conflito não militar e de concessões dos dois lados, a histeria coletiva da possibilidade de uma guerra nuclear era bem mais visível. (Fig. 2. Entre a Foice e o Martelo, vol. 1, página 05).  



·        Como uma das características da Guerra Fria, a política de vigilância e consequente espionagem das superpotências envolvidas, causando a histeria pela perda do ambiente privado. (Fig. 3, Entre a Foice e o Martelo, vol. 1, página 06).



·        O poder da propaganda política soviética, que enaltece a nação proletária e sua força poderosa, a partir da sua principal arma: o Super-Homem. No trecho, assim como ao longo dos três volumes da história em quadrinho, existem citações a instituições, pessoas, lugares, etc., que pertencem ao mundo real e que podem ser melhor contextualizados pelo professor no momento em que seus alunos sintam a dificuldade em entendê-los. (Fig. 4.1 e 4.2, Entre a Foice e o Martelo, vol. 1, página 07).




·        Super-Homem, um “campeão do campesinato” numa nação proletária. Discussão plausível para entendimento sobre de que tipo de comunismo estamos falando. O marxismo se fundamentou no trabalho do operário das grandes industrias e não no mundo camponês a qual o Super-Homem faria parte. (Fig. 5, Entre a Foice e o Martelo, vol. 1, página 19).



·        Quanto à discussão ideológica, o marxismo é uma palavra comum nos discursos sobre a teoria política que vigora em Entre a Foice e o Martelo; há, inclusive, a discussão de que o Super-Homem, na verdade, seja a representação de uma contradição, ao defender o marxismo e ainda sendo bem mais que um homem comum. Criação de modelos para o capitalismo e/ou socialismo, de representação de uma ideia e se, de fato, há marxismo na ideia de governo do campesinato, entre outras que podem ser abordadas e debatidas em sala. (Fig. 6, Entre a Foice e o Martelo, vol. 1, página 26).



No campo das histórias em quadrinhos, muitas podem ser as visões sobre determinadas questões a que nos interessam, disto nós já falamos. Contudo, por algum motivo as histórias em quadrinhos ainda possuem uma ausência significativa nos anais das Ciências pelo mundo. Vítimas de uma “visão redutora que o grande público tem da HQ como um todo: um entretenimento colorido, fácil e consensual, que não exige esforço para pensar” (GROENSTEEN, 2004, p. 21), ou de dificuldade no manejo direcionado à educação, as histórias em quadrinhos estão ainda no limbo dos usos em sala de aula, como suporte em várias outras disciplinas.

No caso específico de Entre a Foice e o Martelo, a utilização desse quadrinho pode se estender além do tema da guerra improvável, mas não impossível, a Guerra Fria, ou das teorias políticas que traduziram o período; há inúmeras possibilidades encontradas neste conto, da própria utilização de cores, letras e outros símbolos, passando pela competição bélica entre as duas superpotências, a utilização de mapas e da possível existência de um “determinismo ideológico”, onde o lugar que um indivíduo cresce direcionará aquilo que ele defenderá, até a citação a Norman Rockwell (1894-1978), importante ilustrador norte-americano que trabalhava com a visão patriótica estadunidense em suas obras. A certeza é só uma, em Entre a Foice e o Martelo encontramos bem mais que uma história em quadrinhos.

Referências Bibliográficas

ECO, Umberto. Apocalípticos e Integrados. Trad. Pérola de Carvalho. São Paulo: Perspectiva, 2006.
GROENSTEEN, Thierry. História em Quadrinho: essa desconhecida arte popular. Trad. Henrique Magalhães. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2004.
HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. Trad. Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
________. Revolucionários. Trad. João Carlos Victor Garcia e Adelângela Saggioro Garcia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
MARQUES, Edmilson; ATAÍDES, Marcos. A guerra fria em Entre a Foice e o Martelo. Disponível em: 
<http://www.ufpel.edu.br/ifisp/ppgs/eics/dvd/documentos/gts_llleics/gt4/g4edmilson.pdf> Acesso em: 05 de fevereiro de 2016.
MILLAR, Mark. Superman: Entre e a Foice Martelo; roteiro Mark Millar; desenhos e capa Dave Johnson.  Vols. 1, 2 e 3. Tradução: Jotapé Martins. São Paulo: Panini Comics, 2004.
Disponível em: <http://www.4shared.com/rar/PxNBJ30V/file.html> Acesso em: 02 de fevereiro de 2016
SRBECK, Wellington. Quadrinhos & outros bichos. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2006.

VILELA, Tulio. “Os quadrinhos na aula de História”. In: VERGUEIRO, Waldomiro; RAMA, Angela (orgs.). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. 3 ed. São Paulo: Contexto, 2009.

21 comentários:

  1. Prezado colega,

    Ja pensou tambem em pesquisar sobre a Octobriana? Por acaso na sua pesquisa sobre o Entre a Foice e o Martelo, vc chegou a esbarrar nesta personagem?

    Seria um bom debate, ver sobre as formas de critica aos sistemas capitalista e socialista, de ambos os lados, essa guerra fria ainda na época mesmo do mundo polarizado antes dos anos 90.

    Obrigado!

    Fabiano Cabral de Lima

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    1. Olá, Fabiano
      Respondendo a sua questão, a Octobriana é realmente uma personagem interessante de trabalhar num contexto de Guerra Fria e de como o ponto de vista soviético é representado a partir dela (e este é um tema que venho tentando trabalhar no futuro, por coincidência da sua questão). A ideia da utilização de Entre a Foice e o Martelo seria por conta da familiaridade dos estudantes com a personagem Super-Homem (assim como do espanto em ver esta personagem "virando a casaca", como se diz). Valorosa sua contribuição, pois, trabalhar conceitos de representação (tão ausente na Educação Básica brasileira) em Entre a Foice e o Martelo e em Octobriana seria, de fato, um bom trabalho.

      Grato!

      Gildson Vieira

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    2. hahaha... Obrigado Gildson, um bom trabalho!

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  2. Olá

    No seu ponto de vista, porque raramente os professores usam recursos como esse de forma didática?

    Pois existem, além dessa HQ, várias outras que poderiam ser trabalhadas em sala de aula, como por exemplo "Os 300 de Esparta" que aborda a sociedade espartana e "V de Vingança" que possuí uma crítica política.

    Obrigada.

    Karina Honorio de Almeida

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    1. Olá, Karina

      Talvez seja pela dificuldade que muitos profissionais encontram em como e em o que utilizar em uma HQ. O autor que citei, professor Srbeck, tem uma análise sobre este fato que você menciona e chega à ideia de que seja realmente possível que a dificuldade em conhecer e utilizar uma HQ é um dos principais motivos dela ser discriminada na área de educação. Muitos professores, quando usam a HQ, a utilizam como reforço de algum conteúdo já visto e/ou como complemento de algum tema abordado em sala, acredito, se me permite o espaço, que está na hora que usar uma HQ por ela mesma: discutindo o tema principal, como ele é representado, as características de linguagem da HQ, a representação dos personagens, o uso de expressões, os autores, entre outros.

      Grato, Karina.

      Gildson Vieira

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  3. Olá Gildson, você utilizou a obra na integra ou apenas trechos? E como empregar histórias em quadrinhos, uma vez que trazem apenas uma parte ficcional da visão do acontecimento.
    Maycon André Zanin - UNICENTRO

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    1. Olá, Maycon

      Esse trabalho utilizou apenas o primeiro volume da HQ como sugestão, pelo motivo de que já neste volume se encontram os principais temas que são vivenciados em turmas de ensino fundamental no Brasil. Os demais volumes seguem, predominantemente, o conto de Mark Millar sobre as personagens em questão e que não necessariamente (dependendo do ponto de vista do professor) se faz indispensável para a discussão sobre Guerra Fria/socialismoxcapitalismo. Ao utilizar o primeiro volume, inevitavelmente os estudantes se mostram interessados em acompanhar o final das personagens e se este atingiu suas expectativas, procurando ler as continuações e, dessa forma, se familiarizando com quadrinhos, isto na melhor das hipóteses.

      Grato pela contribuição, Maycon


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  4. Hezrom Vieira Costa Lima8 de março de 2016 às 08:43

    Saudações.

    Também pesquiso e utilizo o uso de HQs em sala de aula. Minha última experiência diz respeito a Escravidão e(m) Quadrinhos, quando utilizei a HQ "O Quilombo Orum Aiê" de autoria de André Diniz, para demonstrar as diversas possibilidades de ser escravo na sociedade colonial brasileira, indo além da relação senhor (branco) X negro (escravo).
    Em relação ao debate, e dialogando com o colega Maycon André Zanin (acima) acredito que uma boa alternativa para "uma parte ficcional" dos acontecimentos, seria utilizar o conceito de cultura histórica, onde elementos "não historiográficos" também servem para compreender o processo histórico e demonstrar uma visão de historicidade, tal qual a música, o cinema, a literatura.
    Concordo com seu posicionamento em relacionar a Foice e o Martelo de não ser "apenas" (no sentido simplista) uma HQ, ela é bem mais do que isso, um artefato simbólico que demonstra a visão dos autores, inseridos em um tempo/espaço específico, fruto do seu lugar social.

    Hezrom Vieira Costa Lima

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    1. Olá, Hezrom

      Sim, sim a História pode ser observada sob diferentes objetos, inclusive os "não historiográficos", Hezrom. Acredito que muitas HQ's são vistas dessa forma e, talvez, por esse motivo são discriminadas no cenário de produção de conhecimento histórico, infelizmente.

      Grato pela ajuda, abraço!

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    2. Hezrom Vieira Costa Lima10 de março de 2016 às 08:23

      Boa tarde, Gidson.

      Gostaria que você falasse um pouco mais da reação dos alunos sobre a HQ, porque sabemos que o Superman é um símbolo máximo da cultura ocidental, e quando ele passa para o outro lado, o soviético, é meio que um "choque". Os alunos tiveram que tipo de reação?

      Abraços

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  5. Olá, Gildson Vieira! História em quadrinhos são uma forma de arte muito interessante para se trabalhar, não só para o aluno ler e entender parte da história, mas também produzindo sua própria história, assim fica a minha questão: Seria possível os alunos criarem uma HQ, assim como na HQ do Superman, imaginando e alterando fatos históricos para melhor compreende-los? Não sei se você já fez isso, mas se fez quais seriam os melhores temas da nossa realidade brasileira para se trabalhar?

    Agradeço a atenção!

    Márcio de Oliveira Souza
    souzamos100@yahoo.com.br

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    1. Olá, Márcio

      Confesso que num primeiro momento havia pensado nessa possibilidade, em que os estudantes se vissem como reprodutores (assim como o autor, Mark Millar) dessa representação ficcional sobre a Guerra Fria. Acabei "deixando de lado", porque esta seria uma intervenção de segundo momento ainda e acredito que o professor possa observar o melhor momento e as condições de transformar os alunos em agentes nessa intervenção.

      Grato pela contribuição, meu querido! Abraço

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  6. Gildson,

    Preciso parabenizar a sua escolha pelo Red Son, sobretudo, por não faz parte da cronologia dita “oficial” do Super-Homem, dando espaço para abordar uma outra versão por meio dos quadrinhos para o que você chama de "evento histórico". Minha questão é: você não acha que seria interessante apresentar aos alunos, tanto a versão no âmbito "oficial" quanto essa, por meio dos quadrinhos e outras fontes, quando necessárias? Acredito que daria uma perspectiva mais abrangente ao alunado, de modo que este poderia observar a história sob o viés plural, desmitificando aquela velha ideia de uma "verdade" factual.

    Ana Luiza Marques.

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    1. Olá, Ana Luiza

      A sua questão é algo que me preocupa também, acho que o professor possui essas fontes de que precisa para repassar a seus alunos (ou talvez os próprios alunos pesquisem e tragam para discuti-las, com a supervisão do professor). Acho que realmente se tornaria uma experiência mais completa se assim acontecesse. Acredito que seja uma posição mais completa, a que você sugere!

      Grato pela contribuição! Abraço.

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  8. Olá boa tarde,

    gostei muito do seu trabalho,
    mas gostaria de lhe questionar sobre a sua opinião, no caso de usar esta HQ como fonte para uma aula não seria mais fácil de perder o foco? já que seriam muitos conceitos envolvidos, fora a dissociação do real e fictício.

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    1. Olá, Luiz Gustavo

      Agradeço pelo apreço. Há o risco de as histórias em quadrinhos serem vistas como mero instrumento de entretenimento (porém, até este pode ser um interessante modelo de análise), fugindo da proposta inicial que é o debate sobre as questões referentes à Guerra Fria. É necessário que o professor tenha essa preocupação e haja para que não chegue a esse ponto. Entre a Foice e o Martelo é um conto demasiado interessante para se utilizar, por ser acessível e por contextualizar personagens queridos pelos alunos numa cronologia importante do século XX, acredito não deve-se deixar passar a oportunidade. Cabe ao supervisor da atividade, decidir como abordar e como fazer com que seu foco não escape durante as aulas.

      Grato, Luiz! Abraço.

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  9. Vinícius Augusto do Prado Furtado11 de março de 2016 às 12:23

    Boa tarde Gildson, gostaria de saber se a aula não ficaria muito complexa para o entendimento dos estudantes...
    E parabéns pelo trabalho, ficou ótimo!

    Vinícius Augusto do Prado Furtado

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    1. Olá, Vinícius

      Acredito que não. Os recortes que fiz neste trabalho apresentam algumas abordagens que podem ser entendidas pelo grande público. Porém, o professor precisa facilitar o acesso a alguns conceitos importantes: talvez num primeiro momento ele faça uma aula introdutória sobre os conteúdos que ele abordará na HQ, ou ofereça uma leitura acompanhada da HQ em sala para, após, acontecer uma discussão etc. Entre a Foice e o Martelo é uma excelente oportunidade, mas, ela não se faz sozinha. O professor dispõe de como utilizar esta HQ, assim como facilitar o entendimento dos estudantes.

      Grato, Vinícius

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  10. Olá, Gildson, tudo bem?
    Parabéns pelo trabalho, primeiramente! Gostaria de saber como foi realizado o processo avaliativo dos alunos, tendo em vista que foram apresentados não apenas conceitos de um dado período, mas, esses primeiros incluídos numa obra ficcional resultado de dinâmicas de mercado características.
    Obrigado e, novamente, parabéns pelo trabalho!
    André Moreira da Silva

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    1. Olá, André

      Eu realizei este projeto na escola em que leciono e como sistema avaliativo (este é um entre vários que podem ser utilizados) eu elaborei uma ficha em que se comparava a figura do Superman americano com a do "Super-Homem soviético" e pedi para que os estudantes escrevessem sobre a composição das imagens assim como do que cada uma delas representariam individualmente. Logo mais, dentro dessa ficha, abordei alguns trechos e pedi para que os estudantes, individualmente, dissertassem sobre a figura do Superman que eles conheciam, a que lhes foi apresentada, a questão ideológica envolvendo a Guerra Fria, como este conflito é caracterizado na HQ, entre outros. Devido o perfil do alunado (9 ano do Ensino Fundamental) há o cuidado quanto a estas questões, por serem demasiado complexas, contudo, vi que houve uma resposta interessante e positiva sobre a interpretação desta HQ e de como uma obra ficcional mescla com a "História oficial" em alguns elementos.

      Lhe garanto que mais de 80% de meus alunos, voltaram a procurar os outros volumes da série para terminar Entre a Foice e o Martelo.

      Grato, André! Abraço.

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