Flaviano Oliveira

O FILME COMO AUXILIAR DIDÁTICO NO ENSINO DE HISTÓRIA ANTIGA: ANALISANDO O PRIMEIRO EPISÓDIO DA SÉRIE ROMA

Flaviano Oliveira dos Santos



Introdução

"Podemos entender o exercício profissional da História de muitas formas. Vamos optar pela seguinte possibilidade: fazer um texto de Historia é estabelecer o diálogo entre o passado e o presente." (KARNAL, 2007, p. 7). A opção adotada por Karnal é de caráter simples e complexo ao mesmo tempo, pois tal diálogo consiste numa das ações mais necessárias de serem realizadas.

Compartilhando o pensamento de que é tarefa do professor de história, e dos demais educadores, promover o constante diálogo entre o passado e o presente, procura-se aqui contribuir com esta questão que deve ser prática constante na trajetória dos educadores.

Pode parecer simples já que o diálogo tem apontado que se trata de um "objeto delicado" que requer extremo cuidado do educador em diferentes aspectos. No decorrer processo deve-se atentar tanto para os assuntos abordados como também para os instrumentos e as ferramentas utilizadas no momento do processo de ensino-aprendizagem.

A difícil tarefa pedagógica é parte de uma ampla discussão que vem sendo renovada à medida que os debates acalorados sobre o Ensino de História têm cada vez mais ocorrido por todo o país. Um dos assuntos debatidos envolvendo o papel do professor e o ensino de História diz respeito ao uso de novas metodologias e ferramentas como forma de facilitação e pluralidade do ensino na sala de aula. Tendo em vista este importante diálogo, aqui abordaremos o uso da produção audiovisual no Ensino de História, mais especificamente à História Antiga.

O uso de instrumentos audiovisuais nas aulas de História: cuidados a serem tomados

Pensar sobre os modos de como trabalhar em sala de aula os assuntos necessários para o desenvolvimento do pensamento crítico dos alunos, decidir o que se deve priorizar em meio às dificuldades do cotidiano, ajudando-os a refletir criticamente para compreender a sua realidade, é essencial e uma tarefa da qual nenhum professor deve se abster. Por isso a inovação no processo de ensino-aprendizagem torna-se não somente viável, mas também, imprescindível. Ao trazer esta discussão para o campo da História, podemos apontar um grande avanço em relação ao modo de se tratar e abordar os domínios do historiador quando a chamada "revolução dos Annales" possibilitou o uso de novas problemáticas e abordagens para o campo historiográfico, inclusive abrindo as portas também, para o uso do audiovisual como fonte de investigação por parte do historiador, e concomitantemente, a sua utilização no ensino de História.

De certa forma, como defesa para a utilização deste recurso didático-pedagógico no ensino, elencamos dois fatores favoráveis a sua utilização: o primeiro é a evidência da atração, fascinação que a imagem traz para os alunos; e o segundo é o fator de que tais recursos de imagens em movimento encontram-se acessíveis aos alunos, seja por meio da internet, locadoras, sistemas educacionais (ABUD, 2003, p.183), DVD's etc. As facilidades de obtenção e visualização de tais materiais são formas de democratização e difusão do ensino. Além desses fatores, também é constatado que 50% do que é apreendido pelo aluno corresponde à audição e à visão, além de reterem uma informação mais duradoura (PROENÇA, 1990, p. 106 apud ABUD, 2003, p. 189). Desta forma, a produção audiovisual funciona como instrumento processador de símbolos sociais e culturais, opondo uma representação de realidade a da vivenciada pelo aluno, confrontando fatores do cotidiano e estimulando o pensamento crítico sob as instâncias do mundo de convívio. As imagens incitam a mente dos alunos em comparações, relações e ponderações da realidade, criando uma pluralidade interpretativa na sala de aula, e o mais importante, ocasionando o surgimento de perguntas, tornando-os inquietos da melhor maneira, e fazendo com que a aula flua melhor ao ser inundada de problemáticas. Creio que um bom professor não repudie bons questionamentos.

No entanto, apesar de viável, a utilização de produções audiovisuais em sala de aula, sejam eles documentários, filmes, desenhos animados, seriados televisivos, videogames etc., não significa que o recurso deva ser utilizado por ele mesmo. Nenhuma produção de gênero fílmico encerra em si mesmo a verdade (KORNIS, 1992, p. 243). Sem um preparo do professor e de um método específico para abordagem e relacionamento com a discussão a ser levantada na sala de aula, o instrumento auxiliar perde sua validade. Desta forma, o professor/historiador deve primeiramente educar o seu olhar para adequar-se à análise do audiovisual, antes de empreender o seu uso, devendo identificar o que a produção diz ou não diz, voluntária ou involuntariamente.

Neste processo de treinamento do olhar, o professor deve posicionar-se frente à produção e encará-la como fonte que a mesma é. Desta forma, o professor deve munir-se de indagações em relação ao material abordado. Podem ser feitas algumas perguntas como: Quem produziu o material? Quando e onde foi produzido? O que diz ou o que não diz? Para que e para quem foi feito? Qual público é o seu foco? Quais estratégias de apreensão utiliza? Quais aspectos eminentes da sociedade ele se centra? Por quê? etc.; além das respostas dessas perguntas, o professor deve realizar ponderações sobre o conteúdo explicitado pela produção, atentando sempre, no uso em sala de aula, para a faixa etária de indicações da produção e para as cenas inapropriadas para seus alunos, que não contribuem para o direcionamento dado a aula.

Portanto, após falarmos da viabilidade da utilização de produções audiovisuais para o Ensino de História, como também da necessidade da análise do material e preparação do professor para este modo diversificado de ensino, salientamos que o audiovisual é uma boa alternativa para tornar o ensino mais agradável, retirando o caráter positivista, de uma história somente de grandes personagens e datas marcantes. Por fim, atento para o fato de que o audiovisual é um recurso auxiliador do professor, e não um substituto deste.

Possibilidade de uso do audiovisual no ensino de História Antiga: seriado Roma

Agora o nosso objetivo gira em torno de apresentarmos uma proposta de intervenção na sala de aula, efetuada pelo professor, com a utilização do recurso audiovisual. Desta forma, optou-se aqui pelo desenvolvimento da ação direcionando-a para a temática da Antiguidade, mais especificamente para a sociedade romana no período de conflito entre os cônsules César e Pompeu, que é retratada, com suas especificidades, no primeiro episódio do seriado televisivo Roma. Esta exemplificação fez parte do trabalho desenvolvido junto à disciplina de "História Antiga II" do curso de História da Universidade Estadual do Ceará (UECE) no semestre 2014.2, e do projeto de iniciação científica "Ver e aprender História Antiga: análise do seriado televisivo Roma como instrumento didático-pedagógico".

Para a utilização do material o primeiro passo a ser tomado deve ser o preenchimento de uma ficha técnica para o material e o episódio analisado:

MATERIAL
- TÍTULO: Rome (Roma)
- SINOPSE: Quatrocentos anos depois da formação da República, Roma é a cidade mais abastada do mundo, uma metrópole cosmopolita com um milhão de habitantes, o epicentro de um imenso império. Os valores sobre os quais a República foi fundada - a partilha do poder e uma feroz competitividade entre indivíduos - impediram que um só homem pudesse tomar o poder absoluto. Mas agora, a corrupção e os excessos conseguiram corroer os mais nobres princípios. Após oito anos de guerra, os soldados Lucius Vorenus e Titus Pullo são envolvidos, contra a sua vontade, nos movimentados eventos históricos da Roma Antiga. Uma série dramática sobre o amor e a traição, escravos e os seus mestres, maridos e mulheres, ROME retrata uma era turbulenta, durante a qual se assistiu à morte de uma República e ao nascimento de um Império.
- PRODUÇÃO: HBO (Home Box Office), BBC (British Broadcasting Corporation) e RAI Fiction (Radiotelevisione italiana S.p.A.)
- PAÍSES DE PRODUÇÃO: Estados Unidos da América, Reino Unido, Itália.
- ANO DE PRODUÇÃO: 2005-2007.
- FORMATO: Audiovisual Série para TV.
- GÊNERO: Histórico, dramático, ação.
- TEMPORADAS: Duas.
- EPISÓDIOS: 22 (primeira temporada com 12 episódios, segunda temporada com 10 episódios).
- DURAÇÃO: 50 minutos (média por episódio).
- IDIOMA ORIGINAL: inglês.
-IDEALIZADORES: Bruno Heller, John Milius, William J. Macdonald.

EPISÓDIO
-TÍTULO: The Stolen Eagle (A águia roubada)
- SINOPSE: Dois soldados romanos se vêem em meio a uma guerra pelo controle da Roma antiga, durante uma turbulenta era em que a luta entre a cobiça e a honra definirá a morte de uma república e o nascimento de um império.
- DATA DA PRIMEIRA EXIBIÇÃO DO EPISÓDIO: 28/08/2005.
- DURAÇÃO: 53 minutos

Após o porte das informações técnicas, o professor deve agir como apontado anteriormente. Pois é tarefa do professor identificar o que o material diz, sua utilidade, seus imperativos, intencionalidades, não-intencionalidades e por fim adaptar este recurso para a sala de aula.

Terminada a análise e o balanceamento do instrumento audiovisual, o professor deve ponderar suas reflexões sobre o assunto e o material, expondo-as em sala, como forma de complemento para a sua explicação e para o conteúdo contido no livro didático. Saber relacionar o conteúdo exigido com o material apresentado, instigando o debate entre os alunos é tarefa do professor. Aqui foram analisados três livros didáticos de história indicados pelo governo através do Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM): História: volume único, da editora Ática (FIGUEIRA, 2005), História: das cavernas ao terceiro milênio, da editora Moderna (MOTA, 2005) e História geral e do Brasil, da editora Harbra (FREITAS NETO, 2006).

Como última ficha, coloco aqui uma proposta de abordagem do primeiro episódio do seriado Roma:

Proposta de intervenção com audiovisual:
- MATERIAL:
Série Roma - 1º episódio.
- ANO DIRECIONADO:
1º ano do Ensino Médio.
- MODO DE UTILIZAÇÃO:
Episódio editado, média de 30 minutos de duração.
- TEMAS PARA REFLEXÃO, PESQUISA E DEBATE:
Sociedade romana na Guerra Civil; fim do sistema republicano romano?; expansionismo romano; classe dominante; plebe romana; estrutura política; constituição militar; religião romana; vestuário; estrutura da cidade; grandes personagens; "os excluídos da história";  escravidão; sistema familiar romano.
- OBJETIVOS:
OBJETIVO GERAL:
Identificar e refletir o contexto social romano, discutindo o processo de mudanças em sua estrutura e os aspectos socioculturais envolvidos;
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Proporcionar a compreensão da passagem de regimes de poder em Roma, evidenciando o que viria futuramente a culminar no Império;
Identificar hábitos e costumes tanto na vida pública como na vida privada daquela sociedade;
Entender o sistema político da chamada República romana através do Senado romano que é retratado;
Analisar aspectos da religião romana, relacionando-a com as cenas.
- CONTEXTO HISTÓRICO DO EPISÓDIO:
 Conflitos civis em Roma. Conquista da Gália por Caio Júlio César e seu retorno a Roma.
- A RELAÇÃO ENTRE A TELA E O ESPECTADOR:
Desenvolvimento do senso crítico do aluno ao comparar a sociedade romana com suas desigualdades e com seu sistema político, social e cultura, com a sociedade contemporânea, focando na organização política e nas relações cotidianas do meio público e privado, além do estimulo ao estudo da língua inglesa, sendo opcional do professor, ao passar o seriado em inglês ou português.
- ELEMENTOS DO EPISÓDIO QUE PODEM POTENCIALIZAR O CONHECMENTO HISTÓRICO:
O momento de conflito onde as mudanças acontecem;
Visualização da sociedade romana em detalhes através da reconstituição da cidade, da vestimenta dos personagens. Fato que nem todos os livros didáticos trazem ilustrados;
Reflexão sobre os conceitos de: República, escravidão, religião pagã, classe e poder.

Conclusão

Finalizada a proposta, apresentamos nestas pequenas reflexões a possibilidade da utilização do audiovisual nas aulas de História. As formas e modos de análise mostram-se inúmeras, cabendo ao professor saber explorá-las conscientemente, não de forma "despreocupada", visando sempre o aprendizado do aluno. Mas sobretudo possibilitar que os alunos verbalizem o seu aprendizado, inclusive proporcionando para ele outras leituras que possam contribuir para pensar sobre o que é uma fonte histórica.

Referências

Material:
ROMA (Rome). Idealizado por Bruno Heller, John Milius, William J. Macdonald. Estados Unidos da América, Reino Unido, Itália: HBO, BBC, RAI Fiction. 2005-2007. (Seriado televisivo) DVD.

Livros didáticos analisados

FIGUEIRA, Divalti Garcia. História: volume único. 1 ed. São Paulo: Ática, 2005.
FREITAS NETO, José Alves de. História geral e do Brasil. São Paulo: HARBRA, 2006.
MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 1.ed. - São Paulo: Moderna, 2005.

Referências Bibliográficas

ABUD, K. M. A construção de uma Didática da História: algumas ideias sobre a utilização de filmes no ensino. História. São Paulo, v.22, n. 1, pp. 183 a 193, 2003.
AQUINO, E. D. Cinema em foco: Abordagens cinematográfica\historiográfica no ensino de história. In: XIII - Encontro Estadual da Anpuh História e Historiografia: Entre o Nacional e o Regional, 2008, Guarabira - Paraíba.
BARROS, José D'Assunção. "Cinema e História - considerações sobre os usos historiográficos das fontes fílmicas". Comunicação & Sociedade. Ano 32, n°55. p.175-202.
BEHAR, Regina Maria Rodrigues. O Uso do Vídeo no Ensino de História. João Pessoa: UFPB, 2000.
BEZERRA, Holien Gonçalves. Conceitos básicos: ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In: KARNAL, Leandro (org.) História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas 5. ed. São Paulo: Contexto, 2007.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Documentos não escritos na sala de aula. In: __. Ensino de História: fundamentos e métodos. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 2011.
KARNAL, Leandro. Introdução. In: KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas 5. ed. São Paulo: Contexto, 2007.
KORNIS, M. A. História e Cinema: um debate metodológico. Revista Estudos Históricos, Vol. 5, Nº 10, 1992. p. 237-250.

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003. 

12 comentários:

  1. Paulo Roberto de Azevedo Maia7 de março de 2016 às 17:31

    Boa noite Flaviano.
    Compartilho o interesse pela aplicação do audiovisual no ensino de história. Gostaria de saber o que pensa sobre a utilização de documentos no confronto com a narrativa de filmes históricos.
    Cordialmente,
    Paulo Roberto de Azevedo Maia

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    1. Olá prezado Paulo Roberto,
      Creio que neste momento seja boa madrugada (uma das vantagens do presente evento).
      Agradeço pela pergunta, nela uma palavra chama minha atenção: "confronto"; pensar este exercício de embate entre visões, perspectivas sobre o passado, imaginando-o acontecer na nossa frente traz uma sensação de estímulo que muito me lembra a excitação de um detetive ao descobrir os fatos numa investigação, ou mesmo a curiosidade de uma criança que é aguçada ao descobrir mais uma pista na brincadeira de caça ao tesouro, afinal, todo historiador tem sua parcela de detetive e muita curiosidade e alegria de criança no seu exercício ( não paramos de presenciar mundos na nossa frente).
      Desta forma, penso que o embate seja uma das etapas do processo de aprendizagem, não somente em nossa área. Nós como educadores /historiadores temos ciência e compreensão sob o nosso objeto: o passado é passível à visões de mundo e de forma alguma são apreensível em sua totalidade (a menos que inventem a máquina do tempo, ai nossa ação será muito mais complexa), porém sabemos que a consciência, o pensar histórico crítico é formado, assim como aconteceu e acontece conosco, e ele passa necessariamente pelo exercício de confronto. Desta forma, penso que a produção audiovisual, como qualquer outro material que utilizemos como mediador desse passado inalcançável, não mostra-nos a verdade (pois até mesmo a verdade constitui-se em perspectivas), não reconstitui plenamente outras temporalidades, já que podem falar mais sobre o seu próprio momento de produção do que do momento retratado (como podemos evidenciar no seriado Roma), e aqui reside a importância do confronto, do olhar para além da superfície do material. Ideias são formuladas, rebatidas e reformuladas, a dinamicidade do processo de aprendizagem é incrível, principalmente na História.
      Tentando sintetizar e não tornar cansativa a minha resposta, penso que os confrontos de perspectivas, ideias, fontes, materiais, rastros do passado e do presente sejam necessários para o processo de aprendizagem que busque proporcionar a independência reflexiva, e referir-se a este processo na história é uma forma de expressar uma parte do nosso ofício. Finalizando, creio que o filme deve ser problematizado, confrontado e descoberto, assim como as demais fontes. Devemos ir além do perceptível, e o mais importante, precisamos possibilitar isso aos nossos alunos.

      Cordialmente,

      Flaviano Oliveira dos Santos

      P.S.: Espero ter-lhe respondido, sempre divago em respostas.

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  2. Gosto muito da proposta,gostaria de saber quais opções de avaliação da aprendizagem seriam mais fecundas. obrigada!
    Karina Rodrigues Nogueira de Souza

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    1. Prezada Karina,
      Obrigado pela pergunta. Creio que indicar a opção mais fecunda é uma tarefa bastante complicada, pois penso que a avaliação, que prefiro denominar verificação, leva em consideração também os fatores para além do exposto pelo professor. Desta forma, creio que a fecundidade surja de uma análise do contexto e do processo de aprendizagem desenvolvido em sala de aula. As formas de abordagens e estratégias de ensino vão possibilitando modos de proporcionar a aprendizagem aos alunos, pontuando que o debate deve ser aflorado em meio aos discursos dos mesmos, buscando transpor reflexões positivistas/universalizadoras.
      Porém não vou esquivar-me de colocar aqui uma forma de verificação: quando as condições permitirem (pois a realidade em sala de aula nem sempre compactuam com os planos dos professores), gosto de pensar na ideia de propor o desenvolvimento de uma discussão com base no que foi apresentado, relacionando o momento do aluno com as reflexões expostas, que no caso da proposta acima (que se pensarmos, pode ser ampliada ou até mesmo ser mais especificada) traz indícios que possibilitam pensar sobre "n" elementos formadores da sociedade que o aluno vive. No que se refere ao formato desse debate, cabe ao professor selecionar o melhor modo, podendo ser através de provas, seminários, exposições, desenvolvimento de produções artísticas, intervenções patrimoniais etc.

      Espero ter conseguido responder-lhe.

      Cordialmente,

      Flaviano Oliveira dos Santos.

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  3. Olá Flaviano, como empregar filmes ou séries no processo de ensino, uma vez que estes trazem apenas uma parte da visão do acontecimento, muitas vezes ficcional.
    Maycon André Zanin - UNICENTRO

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    1. Olá Maycon, Obrigado pela pergunta.
      Creio que a aplicação de filmes, séries e demais produções audiovisuais, como de outras naturezas, devem ter uma preparação do professor antes de utilizá-los. Sabemos que as produções são permeadas de intencionalidades e características que dizem respeito a necessidades do nosso tempo, além de outros aspectos que fazem com que aparentem incompatibilidade com a utilização pelo professor, como é o fato do excesso de fantasia, ou ficcionalização. Porém creio que tais características não desclassifiquem os materiais como auxiliares no processo de ensino; contudo devemos levar em consideração que a discussão deva ser direcionada para o alcance dos objetivos esperados.
      Desta forma, o emprego de filmes ou séries se dá sob uma preparação prévia do educador, que irá adaptar e potencializar o material para que o mesmo contribua com o processo, tomando sempre os devidos cuidados.

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  4. Desde já, parabenizo pelo excelente trabalho. Em uma parte do texto você escreveu: "Sem um preparo do professor e de um método específico para abordagem e relacionamento com a discussão a ser levantada na sala de aula, o instrumento auxiliar perde sua validade." Então esse instrumento auxiliar (filmes, Séries), só é válido com a interferência do professor? Será que o aluno em sua própria casa não pode aprender com esse materiais áudio-visuais?

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    1. Boa noite Luciano.
      Agradeço pela pergunta.
      Creio que o instrumento auxiliar não seja inválido sem a interferência do professor, penso que o levantamento de uma discussão efetuada pelo aluno no momento em que o mesmo assiste um filme ou uma série num ambiente exterior a sala de aula seja formidável e válido, pois a surgimento deste conflito interno sobre uma temática é um indício não somente de um possível resultado do que foi visto unido com suas pré-concepções, mais também é a verificação do desenvolvimento de um pensamento crítico, do olhar para além do encanto que o cinema traz, por exemplo.
      Na passagem reproduzida, expresso o sentido de perder referindo-me ao educador, pois creio que quando um professor lança um filme em sala de aula somente com o objetivo de ocupar o horário vago ou mesmo para bular uma aula (como infelizmente acontece no sistema público de ensino, e eu sou uma testemunha) a potencialidade que o filme teria é suplantada pelo aborto de abordagens do educador, não significando que o aluno não possa desenvolver por conta própria tais reflexões.
      Desta forma, creio que audiovisuais sejam boas alternativas no processo de aprendizagem, porém sua utilização deve ser condicionado com o preparo, possibilitando a sua potencialização, que incluem a percepções dos alunos, que são os verdadeiros atores das ações na minha opinião.

      Cordialmente,

      Flaviano Oliveira dos Santos.

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  5. Primeiramente gostaria de parabenizar pelo trabalho proposto, visto que é sempre importante pensarmos na nossa atuação em sala de aula. Seu texto me fez pensar em várias questões, faço-lhe aqui uma delas. Como o fato da produção ser, em sua maior parte, Norte-americana afeta a representação do Império Romano criada na série?
    Desde já eu agradeço a atenção dispensada.

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    1. Olá caro Pedro Cabral,
      Obrigado pela sua pergunta. Penso que toda produção tem uma intencionalidade por trás do conteúdo exposto, e o fato de a produção ser realizada por alguns países podem nos lançar indícios de tais intencionalidades. Desta forma, creio que o nosso dever também é evidenciar tais intencionalidades e provocar os alunos a refletirem sobre o que é representado, como foi representado, o porquê e para quem. Por exemplo, se levarmos tais pontos em discussão, podemos indicar que o seriado atende em especial a um "pedido" ou exigência de cenas de exposição sexual, ou seja, inapropriadas para certas faixa etárias, que se adaptam ao tempo em que foi produzido, e não necessariamente ao representado. Assim pode-se debater sobre a constituição deste fato como sendo, por exemplo, uma estratégia para atrair o público esperado. Fatores de tais tipos podem dizer muito sobre os modos como tais representações do passado são efetuadas. Desta forma, não considero que afete, já que não existe "uma" representação do Império Romano. Acredito que tal fato nos possibilite novos campos de discussão e novas abordagens sobre o assunto, evidenciando, desta forma, mais uma potencialidade de discussão através do material.

      Agradeço mais uma vez pela pergunta, pois possibilitou-me também, a tomada de novas perspectivas.

      Cordialmente,

      Flaviano Oliveira dos Santos.

      Excluir
    2. Olá caro Pedro Cabral,
      Obrigado pela sua pergunta. Penso que toda produção tem uma intencionalidade por trás do conteúdo exposto, e o fato de a produção ser realizada por alguns países podem nos lançar indícios de tais intencionalidades. Desta forma, creio que o nosso dever também é evidenciar tais intencionalidades e provocar os alunos a refletirem sobre o que é representado, como foi representado, o porquê e para quem. Por exemplo, se levarmos tais pontos em discussão, podemos indicar que o seriado atende em especial a um "pedido" ou exigência de cenas de exposição sexual, ou seja, inapropriadas para certas faixa etárias, que se adaptam ao tempo em que foi produzido, e não necessariamente ao representado. Assim pode-se debater sobre a constituição deste fato como sendo, por exemplo, uma estratégia para atrair o público esperado. Fatores de tais tipos podem dizer muito sobre os modos como tais representações do passado são efetuadas. Desta forma, não considero que afete, já que não existe "uma" representação do Império Romano. Acredito que tal fato nos possibilite novos campos de discussão e novas abordagens sobre o assunto, evidenciando, desta forma, mais uma potencialidade de discussão através do material.

      Agradeço mais uma vez pela pergunta, pois possibilitou-me também, a tomada de novas perspectivas.

      Cordialmente,

      Flaviano Oliveira dos Santos.

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  6. Vinícius Augusto do Prado Furtado11 de março de 2016 às 12:22

    Boa tarde Flaviano, gostaria de saber sobre como seria feito o recorte da serie ou seria apresentado todo o primeiro episodio? E como seria feito a relação do episodio com o livro didático para os estudantes.
    Obrigado e parabéns pelo ótimo trabalho

    Vinícius Augusto do Prado Furtado

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