Israel Miranda

HISTÓRIA E IMAGEM: UMA REFLEXÃO ACERCA DA IMAGEM COMO FONTE E SEU USO NO ENSINO DE HISTÓRIA

Israel de Lima Miranda



Atualmente a sociedade vive um momento em que a imagem se qualifica como a mais importante forma de linguagem. Podemos destacar como os principais meios que consolidam tal ideia: o cinema, a televisão e, o mais atraente, a internet. Nosso cotidiano, portanto, é envolvido por elas (imagens), são outdoors, redes sociais, comerciais de TV, etc. Além disso, o grande público imerso neste meio "imagético" é formado por jovens presentes na escola. Entretanto, a escola continua apostando em um ensino "tradicional", em que a escrita é a base do conhecimento histórico.

Na escola, todavia, poucos docentes utilizam a imagem; ainda predominando o ensino da História a partir do texto escrito. Boa parte dos alunos considera o texto escrito muitas vezes desinteressante, de difícil compreensão e com pouco apelo para leitura. (BARROS, 2007, p.13)

Pensando nisso, busco neste trabalho contribuir com uma breve reflexão acerca da importância da imagem na construção do conhecimento histórico escolar, e possíveis possibilidades de métodos para sala de aula.  Devemos, como historiadores e professores de História, lançar um olhar sobre está ferramenta e, com isso, criar novas propostas para o ensino de história no Brasil.

A imagem como documento Histórico

A utilização da imagem na construção do conhecimento histórico ainda é algo recente, que ocorreu com a renovação historiográfica em meados do século XX. Uma nova perspectiva a respeito das fontes documentais se desenvolveu principalmente a partir do surgimento da Escola dos Annales, criada pelos historiadores Lucien Febvre e March Bloch. A percepção da escola francesa, iniciada por eles, buscou ampliar o conceito de fonte, propondo que a história fosse entendida como um processo de problematização, partindo do historiador. Além disso, se contrapôs a supervalorização do documento escrito, adotada pelos positivistas, desenvolvendo uma nova visão sobre as fontes e trazendo para o campo de análise histórica o documento escrito, ilustrado, transmitido pelo som, a imagem, ou de qualquer outro tipo.

Seguindo os passos de uma história renovada, a imagem, cada vez mais, se consolida como uma importante fonte para a pesquisa histórica. Servindo para a análise do cotidiano, bem como, das mentalidades. O seu uso, como fonte, pode revelar traços da história que os documentos escritos nem sempre dão conta. O que pode ser desafiador no estudo das imagens é seu sentido polissêmico e, as vezes, ambíguo. A partir da amplitude de variações podemos problematizar diversos temas, como: gênero, pensamento político, práticas de venda. Mas, é imprescindível que saibamos lidar com os textos imagéticos, pois ainda somos

[...] analfabetos visuais, ou seja, sabemos entender o seu significado explícito, mas ainda estamos, em geral, pouco qualificados para ler os seus significados implícitos, causados, por exemplo, pela tensão entre forma e conteúdo. (BALDISSERA. 2008, p. 248)

Ao entender pluralidade de significados podemos encontrar aspectos sobre sua confecção, e também fatos relacionados à sua "intenção" que são caros ao campo da História. Neste caso, a intencionalidade do autor pode elucidar uma série de pensamentos e ideias que perpassam determinado contexto histórico.

Peter Burke nos alerta sobre alguns problemas que o uso da imagem pode acarretar. "As imagens são testemunhas mudas, e é difícil traduzir em palavras seu testemunho." (BURKE, 2004, p.18) É necessário que o historiador esteja consciente de que embora a imagem seja imutável no tempo, o seu significado se transforma no decorrer do processo histórico.

A imagem na construção do conhecimento histórico escolar

Com a renovação historiográfica, ou revolução documental, a relação entre fonte documental e historiador sofreu grandes transformações. Uma delas, como já foi citada, foi a utilização de imagens na construção do conhecimento Histórico. "O documento, considerado vestígio deixado pelos homens, voluntário ou involuntariamente, passou a ser encarado como produto da sociedade que o fabricou, de acordo com determinadas relações de poder." (SCHMIDT, 2009, p. 116). A ampliação do conceito de fonte fez com que a escola também reformulasse seus métodos de ensino referente ao conhecimento histórico.

Refletir sobre o uso de fontes iconográficas em sala de aula é, sem dúvida, indispensável, não só por que vivemos em uma sociedade consumidora de imagens, mas por sua carga de significados e valores que podem contribuir para História. Somente a imagem nos possibilita realizar um mergulho no passado. A imagem é, portanto:

Uma fonte que contribui, também, para o entendimento das formas por meio das quais, no passado, as pessoas representaram sua história e sua historicidade e se apropriaram da memória cultivada individual e coletivamente. (PAIVA, 2006 p.13).

Cada imagem carrega consigo o sentido de sua época, do contexto em que foi construída. Isso nos possibilita enxergar também as permanências e rupturas que permeiam o processo histórico. Como exemplo, temos os quadros pintados, no século XIX, por Pedro Américo e Victor Meireles. Tais documentos "são frequentemente tomados como fontes ricas em informações sobre o passado imperial do Brasil e sobre a imagem que a monarquia quis criar sobre ela e sobre a história do país" (PAIVA, 2006, p. 21). A utilização da imagem deve ultrapassar a ideia de uma simples ilustração. Mesmo que muitos livros didáticos apresentem essa perspectiva, devemos refletir e reformular novos métodos sobre o uso da imagem.

Pensando nas possibilidades de usar a imagem no ensino da História, podemos refletir sobre os métodos de análise iconográfica e iconológica. "A análise iconográfica tem o intuito de detalhar sistematicamente e inventariar o conteúdo da imagem em seus elementos icônicos formativos; o aspecto literal e descritivo prevalece, o assunto registrado é perfeitamente situado no espaço e no tempo, além de corretamente identificado." (KOSSOY, 2001, p.95). A descrição, na análise iconográfica, permite ao aluno buscar todos os detalhes possíveis e visíveis da imagem como: o que é? Quem produziu? Quando? Como? Por quê? Todas estas questões que remetem a aspectos de produção do documento iconográfico e ao seu conteúdo explícito.

Para ir mais além, utilizamos a interpretação iconológica, que objetiva alcançar os significados implícitos da imagem. "Uma única imagem contém em si um inventário de informações acerca de um determinado momento passado; ela sintetiza no documento um fragmento do real visível, destacando-o do contínuo da vida." (KOSSOY, 2001, p.101). Nesse sentido, na medida em que vamos descobrindo a história por integrada a imagem, podemos ampliar a visão do passado e dinamizar o ensino da História.

Refletir sobre a relação entre imagem-História-ensino é de extrema importância para o momento em que vivemos. Entender a imagem como a representação de um passado vivido, é também, compreender como se constitui o olhar do artista, do fotógrafo, sobre o seu presente. É preciso reforçar que o documento iconográfico pode dinamizar o ensino da História e também, trazer novos personagens e novos olhares sobre a cultura de um contexto histórico.

Referências

BALDISSERA, José Alberto. Imagem e construção do conhecimento histórico. In: BARROSO, Vera Lucia Maciel [et al.] (orgs.). Ensino de História: desafios contemporâneos. Porto Alegre: EST: EXCLAMAÇÃO: ANPUH/RS, 2010.
BARROS, Ricardo. O uso da imagem nas aulas de História. 2007. 116 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. São Paulo. 2007
BARROSO, Vera Lúcia Maciel et al. Ensino de história: desafios contemporâneos. Porto Alegre: EST: Exclamação: ANPUH, 2010. 296 p.
BURKE, Peter. Testemunha Ocular: História e Imagem. Bauru: EDUSC, 2004, p. 225.
_____. A Revolução Francesa da historiografia: a Escola dos Annales 1929-1989; tradução Nilo Odália. - São Paulo: Editora Universidade Estadual Paulista, 1991.
KOSSOY, Boris. Fotografia & História. 2ª ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene: Ensinar História. 2ed. São Paulo: Scipione, 2009.
PAIVA, Eduardo França. História & imagens 2 ed., 1. reimp. - Belo Horizonte: Autentica, 2006.
PEREIRA, Nilton Mullet; SEFFNER, Fernando. O que pode o ensino de História? Sobre o uso de fontes no ensino de História. Anos 90. Porto Alegre, v. 15, n. 28, p. 113-128, dez. 2008.


18 comentários:

  1. Realmente, em um mundo onde o visual é extremamente explorado através da TV, cinema e internet a imagem se apresenta como um recurso ao ensino de História de muita relevância. Mas percebo que essas mesmas imagens que são exacerbadamente divulgadas nesses veículos não recebem a devida crítica, e assim, servem também como mera ilustração. Para o professor de História, muitas vezes a imagem do livro didático também serve a esse proposito acrítico - a imagem como ilustração - então como fugir dessa perspectiva levando em consideração que um trabalho com imagem exige certa fuga da zona de conforto do docente?
    Manoel Caetano do Nascimento Júnior

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    1. Caro Manoel, primeiramente quero agradecer pela sua pergunta.
      Realmente recebemos, assim como nossos alunos, um turbilhão de imagens, na sua grande maioria, sem nenhum tipo de filtro. Nem sempre é uma tarefa fácil, para o professor, trabalhar com a imagem e romper com uma perspectiva ilustrativa. Entretanto, acredito que o primeiro passo está, conforme comentaste, na fuga da zona de conforto. Nesse sentido, uma fuga possível desta realidade, de produção de imagens acríticas em grande quantidade, se encontra na crítica destas imagens, e cabe ao professor/historiador realizar tal tarefa quando se propuser a trabalhar com este tipo de documento/fonte. Proponho como exemplo as redes sociais, que produz milhões de imagens diariamente. Seria interessante trazer algumas destas imagens para sala de aula e formular debates, momentos de desconstrução, fazer a crítica e poder ampliar a visão dos alunos frente a estás imagens acríticas. Espero ter respondido tua questão. Abraço !

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  2. Prezado Israel,
    Bom dia!
    Compartilho suas ideias quando mencionas que a imagem é um importante meio para auxiliar no processo de ensino aprendizagem. Como trabalho com mídias cinematográficas no ensino de História, estou trabalhando com o visual em movimento e não estático como as imagens, fotografias, quadros e etc. Nesse sentido, compreendo que é importante refletir criticamente sobre esses artefatos culturais na educação, mais precisamente no ensino de História. Tanto nas análises de obras de arte e suas derivações como também nas mídias cinemáticas é necessário uma “competência para ver” como bem salienta Duarte (2002) amparada em Bourdie. Nesse sentido, saber analisar a imagem requer conhecimento sobre a história e muitas vezes o professor não está preparado para trabalhar com tais artefatos.. Para isso, recomenda-se que o professor estude sobre o assunto para poder trabalhar com os estudantes. Assim, te pergunto: As técnicas utilizadas para analisar obras de arte podem ser utilizadas para analises de outras artes como é o caso do cinema?
    Um abraço
    Luiz Paulo Soares

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    1. Caro Luiz,
      Boa noite!
      Concordo com a perspectiva de que o profissional que deseja trabalhar com a imagem e qualquer outro tipo de artefato visual, como o cinema, deve estar preparado teórico e metodologicamente. De forma bem sucinta, posso dizer que as técnicas podem sofrer variações, devido a riqueza de expressões e a complexidade de linguagens que possui o cinema. Para o ensino de História penso que o professor deve estar atento aos anacronismos e possíveis interpretações equivocadas que os filmes podem apresentar, pois, como sabemos, o cinema, e aqui me refiro às produções hollywoodianas, não tem, como a História, o compromisso com a verdade histórica. Entretanto a discussão sobre as relações entre o cinema e ensino de história ainda é algo muito recente, mas de extrema relevância. Posso lhe indicar uma leitura que vem me ajudando a pensar sobre esta problemática, a obra: TEMPO E MAGIA: A HISTÓRIA VISTA PELO CINEMA, dos autores José Alberto Baldissera e Tiago de Oliveira Bruinelli. Obrigado pelo questionamento. Gostei muito da tua pergunta, espero de alguma forma tê-la respondido. Abraço!

      Israel Miranda

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  3. Olá Israel Miranda. Sou um adepto do uso de imagens na sala de aula e vejo essa prática como uma riqueza de possibilidades. Em relação ao uso pedagógico de imagens em sala de aula como você avalia a formação dos futuros professores para o uso dessa técnica em sala de aula? Obrigado
    Fabiano Moreira da Silva

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    1. Boa noite Fabiano!
      Ótima questão.
      Sendo a imagem um objeto de análise tão rico, é de extrema importância que os futuros docentes de História saibam como lidar com ela. Acredito que estamos atravessando o momento onde as discussões sobre o uso deste documento só tendem a crescer, fazendo com que as universidades iniciem um processo de reformulação de seus currículos, e isso é fundamental para o desenvolvimento de novas abordagens e formação dos professores. Como exemplo, posso citar a universidade onde estou concluindo a graduação em História Licenciatura, (UNISINOS), em que há disciplinas que trabalham esta questão especifica entre história-imagem-ensino. Cada vez mais percebo a importância de dinamizar o ensino de história e atrair o aluno para as discussões, um caminho possível está, sem dúvida, no uso da imagem. Abraço !

      Israel Miranda

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  7. Prezado Israel.
    Acredito no potencial das imagens como recurso nas aulas de história. Em um momento de popularização de câmeras de celulares, provocando uma banalização das imagens fotográficas que perderam o seu valor de culto, como bem disse Walter Benjamin, como trabalhar com a fotografia no ensino de história?
    Cordialmente,
    Paulo Roberto de Azevedo Maia

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    1. Entendo que a fotografia é uma imagem, é claro diferente de uma pintura, mas possui também uma carga de significados. Como salientei no texto acima, Kossoy apresenta dois tipos de análises: a análise iconográfica e iconológica. A primeira nos permite descobrir sobre os detalhes visíveis e explícitos da imagem (que pode ser fotografia) e a iconológica, que permite uma análise mais profunda. Nesse sentido buscamos os significados para além do conteúdo literal da fotografia. Para o ensino de história a fotografia deve ser mais que uma mera ilustração.
      KOSSOY, Boris. Fotografia & História. 2ª ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
      Israel Miranda

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    2. Boa noite Paulo!
      Entendo que a fotografia é uma imagem, é claro diferente de uma pintura, mas possui também uma carga de significados. Como salientei no texto acima, Kossoy apresenta dois tipos de análises: a análise iconográfica e iconológica. A primeira nos permite descobrir sobre os detalhes visíveis e explícitos da imagem (que pode ser fotografia) e a iconológica, que permite uma análise mais profunda. Nesse sentido buscamos os significados para além do conteúdo literal da fotografia. Para o ensino de história a fotografia deve ser mais que uma mera ilustração.
      KOSSOY, Boris. Fotografia & História. 2ª ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
      Israel Miranda

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  8. Bom Dia!O Ensino de História associado as Iconografias fazem com que os alunos tenham uma compreensão do passado para entender o presente!
    Anderson Lúcio da Silva.

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  9. bom dia Israel!

    Vivemos hoje imersos em um mundo inundado por imagens o que reflete as transformações tecnológicas pelas quais estamos passando desde o século XX, senão anteriormente, desde alguns séculos. No dia a dia, as imagens - que vão desde as artes, cinema, televisão, fotografia e afins – são imediatamente assimiladas por todos. Esta ‘naturalização’ de um mundo imagético, hoje, para nossos alunos faz parte do dia-a-dia.
    Já, em termos didáticos e pensando na questão metodológica do ensino de História, me preocupa o fato de, algumas vezes, para o aluno, a imagem ser tão convincente que fala por si mesma. Ou seja, na visão do aluno ela poderia dispensar o texto.
    Gostaria de um comentário seu a respeito.

    Att
    Elizabeth P. A. Fonseca

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  10. Bom dia! Parabéns, pelo texto, concordo com que as imagens são ferramentas de apoio, que tornam as aulas dinâmicas.Pois uma imagem pode problematizar diversos temas com olhares diferentes. Lhe pergunto para utilização de imagens,será um papel do professor se preparar,e reformular suas aulas,
    material de apoio, não ficar somente preso ao livro didático, e com o uso de imagens, se pode analisar conteúdos diferente, do que seguir uma ordem cronológica.
    Cintia Patricia E. VAsconcelos

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  11. Olá! Sou professor de história e curso mestrado em artes visuais, então seu texto logo me chamou atenção. Há, obviamente, um desconforto em professores de artes e história, visto que a arte é ilusão, como diz Gombrich. Apesar disso, eu uso muitas imagens nas minhas aulas, sempre tendo consciência de que estou lidando com uma ficção, e não uma realidade. Seu exemplo dos artistas do século XIX é clássico e ilustra bem isso. Por isso, acho que deve ser enfatizado que muitos professores têm utilizado erroneamente essas fontes, por exemplo, quando associam a revolução francesa à tela de Delacroix, Liberdade guiando o povo. Criam-se erros históricos aí, visto que a tela refere-se à revolução de 1832. Penso que seria necessário um estudo sobre como os historiadores podem trabalhar sem criar falsas ideias na concepção dos alunos. O que pensas disso? Concordas ou discordas de mim? Um abraço
    Paulo Henrique Tôrres Valgas

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    1. Olá Paulo,
      Ótimas colocações. Sim concordo com você, Paulo. Como graduando do Curso de História, sei que tenho um longo caminho pela frente, e reconheço que trabalhar com artes visuais requer muito cuidado. Fico feliz que tenha lido meu trabalho.
      É necessário um esforço, teórico e metodológico, para lidar com imagens em sala de aula. Acredito que devemos criticar a imagem de forma que fique claro, para o aluno, sua época de produção e, além disso, a intencionalidade do autor no momento da criação de sua “arte”. A análise também deve estar relacionada ao contexto da obra e, se possível, cruzando-a com outros tipos de documentação. Abração !
      Israel Miranda

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