Gustavo Moura

ESCOLA DO ROCK OU ROCK NA ESCOLA:  QUATRO ACORDES SOBRE ROCK E ENSINO DE HISTÓRIA

Gustavo Silva de Moura



Primeiro acorde: introdução

A história vem se moldando durante as últimas décadas no Brasil, na área da pesquisa, assim como, na área do ensino em todos os níveis, estreitando as relações  e mostrando a inevitável junção entre essas duas categorias, tendo a figura do professor-pesquisador em ascensão nas discussões atuais. Portanto temos como exemplo dessa junção programas de pós-graduação que tem como publico professores das redes publicas de ensino,  no caso da História temos o ProfHistória.

Esses programas de incentivo a formação continuado faz com que os professores troquem experiências e reflitam sobre suas metodologias, construindo e trocando conhecimento sobre à área Ensino de História, sendo uma forma de levar novamente os professores há uma discussão de suas práticas e metodologias na sala de aula e no âmbito escolar. Paulo Freire nos chama atenção para o seguinte ponto: "a reflexão critica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática" (FREIRE, 2006. p. 22), nisso vemos a importância da reflexão sobre as práticas de ensino na disciplina História.

Essas transformações fizeram com que fossem colocadas nas mãos dos historiadores novas ferramentas, para o manejo de novas fontes, onde a escola é um espaço de disputas, seja ela política, intelectual ou das fontes históricas.  (SILVA; FONSECA, 2010, p. 31). Nisso temos uma aproximação maior com a realidade dos indivíduos que agora conseguem enxergar a história com nitidez no seu cotidiano. Temas como música, literatura, artes plásticas, dentre outros, se ampliaram em suas analises nas ciências humanas.

Pegamos como exemplo para fundamentar nossa reflexão neste trabalho as comunicações e conferencias apresentadas no I Simpósio Eletrônico de Ensino de História, estando elas publicas em forma de livros eletrônicos de livre acesso no site do evento, intitulados: Tecendo Amanhãs e Sobre Amanhãs , outro local que será empregado nossas analises é sobre os anais do I e II Congresso internacional de Estudos Sobre Rock, mais especificamente no GT Rock e Educação, focando nos trabalhos que tem como foco a contribuição ao ensino de História.

Segundo acorde: limites e possibilidades

A música teve analises de vários estudiosos das ciências humanas conhecidos que se debruçaram mostrando a sua importância para compreensão da sociedade em seu entorno, sendo alguns dos nomes Nietzsche, Adorno, Bourdieu dentre outros, mas sempre se  voltando para a música clássica uma temática que recebia uma atenção que podemos chamar de prioritária dos pesquisadores do campo, levando em consideração a época em que viviam queremos deixar claro que entendemos essas percepções sobre música clássica como importantes quando analisamos Música, sociedade e cultura.

Segundo Marcos Napolitano, temos a grosso modo três campos de analise da música Grosso modo, a abordagem acadêmica da música divide-se em três grandes áreas: a Musicologia histórica, a Etnomusicologia e um terceiro campo, que ele considera ainda confuso, intitulado de "Estudos em música popular", congregando Sociologia, Antropologia e História, onde o mesmo considera que nós historiadores chegamos atrasados em relação as outras áreas (NAPOLITANO, 2008. p. 254).

Isso tudo reflete diretamente no ensino, pois, essas novas pesquisas começam a ser trabalhadas em âmbitos acadêmicos, formando profissionais que estão envoltos nessas novas questões e que futuramente estarão trilhando o caminho do ensino na maioria dos casos. Portanto essas temáticas que foram trabalhadas anteriormente nas graduações em história e instigaram o aluno, será levada aos níveis de ensino, sendo eles fundamental e médio, mostrando a importância da inter-relação que todos os níveis de ensino devem ter.

Atualmente estamos vivendo um período no Brasil onde o ensino vive vários questionamentos em todas as suas estruturas, um desses exemplos são as discussões sobre as bases curriculares nacionais, não iremos nos aprofundar nesse assunto, mas isso nos traz a reflexão sobre a importância do ensino de História, importante essa que queremos enfatizar como primordial na formação de um cidadão reflexivo e critico diante da sociedade capitalista em que vivemos, essa importância é evidenciada quando nos períodos em que o Brasil viveu infelizmente governos ditatoriais, a História figurou como um dos primeiros alvos das adequações de ensino, sendo suprimida e eliminada.

Diante das conquistas populares a disciplina história conseguiu se de certo modo se (re)estabelecer como uma das bases do ensino brasileiro, assim como vários outros direitos, que continuam a serem (re)conquistados diariamente. Isso nos traz ao objetivo desse texto, onde queremos mostrar como as transformações da sociedade brasileira se refletem no ensino de História no ensino fundamental e médio, estando como protagonista o Rock, mostrando como o seu uso nas aulas pode ser de grande importância quando abordado temáticas sejam elas nos âmbitos globais, nacionais e locais, trazendo uma pluralidade.

Desde seu aparecimento o Rock vem participando de forma relevante de vários fatos históricos, sendo colocado algumas vezes como trilha sonora de uma geração, isso se dá pelas suas raízes, onde sua preocupação central é dar voz a uma percepção social, geralmente de alguém reprimido e perseguido socialmente, sendo a arma de resistência de um grupo, isso fica evidente quando empregamos analises como a do historiador estadunidense Paul Friedlander, chamada "Janela do Rock", onde a sociedade e sua recepção de publico são uma das bases desta metodologia (2012, p. 425).

O uso do Rock pode ser uma grande arma para o educador, por ser uma temática atual e que desperta uma grande atenção dos jovens, pode ser usado para o principal objetivo do ensino de história que é mostrar as relações da sociedade no tempo, nisso é indispensável as artes, sendo elas presentes e atuantes. Essa temática: Rock e Ensino, vem sendo trabalhada nos últimos anos, mostrando como metodologicamente podemos fazer seus uso, temos exemplos na grande rede de professores que usaram do Rock e foram bem sucedidos.

Temos como exemplo a reportagem publicada na revista de História da Biblioteca Nacional, onde um professor de História de Santa Catarina, fez shows em escolas e gravou um CD, usando o Rock para ensinar vários temas de História. Temos também o icônico exemplo do Professor Dewey Finn interpretado pelo Músico e Ator Jack Black no filme Escola do Rock, onde se passando por Ned um professor passa a dar aulas numa escola tradicional, mostrando a partir do filme uma música considerada transgressora pela direção da escola, sendo que as aulas realizadas fora dos olhos da direção da escola, sempre quando o diretor se apresentava o professor maquiava sua abordagem, mas mesmo sem formação especifica e somente com a paixão pelo rock os alunos conseguiam assimilar os conteúdos programáticos.

Terceiro acorde: rock e ensino de história

Uma das formas de divulgação dos conhecimentos produzidos são os eventos, sem eles simpósios, congressos, dentre outros, sendo uma forma de juntar pesquisadores de varias localidades em prol de uma temática comum, propondo assim novas concepções e visões sobre o campo de pesquisa.

Por essa razão iremos usar como exemplo nesse trabalho dois eventos científicos, os dois coincidem sua realização no estado do Paraná. São eles: I Congresso Internacional de Estudos do Rock e II Congresso Internacional de Estudos do Rock, as duas edições ocorrem na cidade de Cascavel, a primeira entre os dias 25 e 27 de setembro de 2013 e a segunda entre os dias 04 a 06 de Junho de 2015, realizado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Colegiado de Pedagogia, Programa de Pós-graduação em Educação/Campus de Cascavel e co-promoção da Facultad de Periodismo y Comunicación Social de La Univesidad Nacional de La Plata - Argentina, usaremos os cadernos de resumos publicados ao fim de cada evento.

Nesse tópico também usaremos os dois livros lançados no 1º Simpósio Eletrônico Internacional de Ensino de História, esse evento teve como uma das suas particularidades a interação com os participantes por vias online, isso fez com que houvesse no site do evento mais de 20.000 visitas, quase 1000 perguntas e mais de  500 participantes, segundo estatísticas da própria organização, o evento ocorreu entre os dias 11 a 15 de Maio de 2015, realizado pelo LAPHIS - Laboratório de Aprendizagem Histórica da Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR, Campus União da Vitória.

Nas duas edições do Congresso Internacional de Estudos do Rock houve o simpósio temático intitulado "Rock e Educação", sua proposta era de que houvessem pesquisas e experiências pedagógicas que discutam os fenômenos educativos relacionados, direta e indiretamente, ao rock e ao consumo e fruição deste; à utilização do rock como fonte e opção metodológica no processo de ensino-aprendizagem; à análise de letras que se detenham sobre a Educação; entre outros temas similares (2013; 2015).

Na primeira edição o Simpósio teve 21 trabalhos apresentados, sendo que dentre as varias áreas que envolvem o processo educativo e que tiveram destaque, o Ensino de História figurou diretamente em 5 trabalhos. Na Segunda edição foram 15 trabalhos, dentre eles 4  tiveram a História no seu foco. Isso mostra que a preocupação com a interligação de varias práticas culturais para o ensino da disciplina faz com que o Rock seja importante ferramenta metodológica na educação na atualidade.

No 1º Simpósio Eletrônico Internacional de Ensino de História não houve grupos temáticos específicos, mas uma temática central, condizente com a temática do evento. Dentre as conferencias as artes foram amplamente discutidas no processo de ensino/aprendizagem do professor de História, tendo no cinema uma atenção maior. Entre as comunicações temos um trabalho em que o Rock é usado para debater questões sobre gênero, onde há escolha pela produção da roqueira brasileira Pitty para empregar suas analises (ZALUSKI, 2015, P. 131-137). Mesmo que timidamente o Rock figurou entre a produção relacionada ao Ensino de História nesse evento, esse número pode ser atribuído a formato online, sendo um formato que só vem a contribuir para interligar pesquisadores de todo o mundo.

Quarto acorde: breve (in)conclusão

Vemos que há uma ampliação dos limites e possibilidade quando levamos em consideração o uso do Rock no ensino de História, assim como em qualquer disciplina, seja ela na área de humanas, exatas ou ciências naturais, nesses dois eventos percebemos essa multiplicidade. Nosso objetivo foi mostrar a partir deste trabalho como as relações do Rock e Educação vem sendo abordada e suas vantagens diante da escola atual, trazendo ao professor armas metodológicas,  com uso de um tipo de mídia de grande difusão, sendo ela uma mídia de massa.

Esperamos com isso mostrar para o  professor que a empatia e busca da aproximação de conteúdos que figura na realidade do aluno são as melhores vias numa reformulação da educação no país, dando armas para compreensão da realidade por parte desses alunos, diante da sociedade capitalista atual. O Rock é uma arma social ainda hoje usada diante de todas essas mazelas, trazendo em suas letras e melodias à contextualização social em que está inserida, tentando assim trazer reflexões para seus públicos, isso faz com que seu uso na aula seja totalmente viável e recomendável.

Referências

BUENO, André; ESTACHESKI, Dulceli; CREMA, Everton. [organizadores] Tecendo Amanhãs: o Ensino de História na Atualidade. Rio de Janeiro/União da Vitória: Edição Especial Sobre Ontens, 2015.
_____. Pensando Amanhãs: Falando sobre o Ensino de História. Rio de Janeiro/União da Vitória: Edição Especial Sobre Ontens, 2015.
CUNHA, Gabriela Nogueira. Rock 'n' Aula. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, Ano 8, n. 96. Setembro de 2013. p. 10.
FIUZA, Alexandre; ATAIDE; Antonio Marcio; LACOWICZ, Stanis David (COORDENAÇÃO).  Caderno de resumos do II Congresso Internacional de Estudos do Rock. UNIOESTE: Cascavel- PR: 2015.
FIUZA, Alexandre; ATAIDE; Antonio Marcio; LACOWICZ; VAILLÕES, Silvana (COORDENAÇÃO). I Congresso Internacional de Estudos do Rock: caderno de resumos, Cascavel, 25 a 27 de setembro de 2013. UNIOESTE: Cascavel- PR: 2013.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 33. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
FRIEDLANDER, Paul. Rock and Roll: Uma história social. 7. Ed. Rio de Janeiro: Record, 2012.
NAPOLITANO, Marcos. Fontes audiovisuais: A História depois do papel. In: PINSKY, Carla Bassanezi (Org). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005.
SILVA, Marcos Antônio da; FONSECA, Selva Guimarães. Ensino de História hoje: errâncias, conquistas e perdas. In: Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 31, n. 60, p. 13-33 - 2010.

FILME:
Escola do Rock. Direção: Richard Linklater. Paramount Pictures, 2003. 1 DVD (109 min). Título original: School of Rock.


18 comentários:

  1. Caro Gustavo;
    Gostei muito do seu texto. Sobre o Rock, como fonte histórica contemporânea: ele não está muito mal aproveitado em sala de aula. atualmente?
    Saudações,
    André Bueno

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. De certa forma ainda há um certo receio de alguns professores que tiveram uma formação nas décadas anteriores as anos 90, isso não é só no caso do Rock, mas no uso de mídias sonoras em geral. O Rock está presente em muitos acontecimentos políticos, por exemplo, temos participação de bandas de Rock em comícios das "diretas já". No últimos dias o João Gordo da banda Ratos de Porão postou no youtube um video de seu programa chamado "Panelaço", em que tinha o Mao, ex vocalista do Garotos Podre, nesse video ele mostrava a foto das duas bandas, Garotos Podre e Ratos de Porão num comício do PT na década de 1980, onde eles tocaram, isso mostra a participação politica do Rock em momentos históricos. Diante das minhas observações penso que essa relutância de alguns pesquisadores/professores em perceber o Rock nesses momentos é fruto ainda de uma concepção criada pelo CPC, onde defendiam uma alienação no Rock, além da concepção da Direita conservadora que mostrava o Rock como algo que deturparia a juventude, mas aos poucos isso está mudando, pois estão surgindo ótimas pesquisas nas áreas de Humanas e Sociais que estão desconstruindo alguns paradigmas e como um fã-pesquisador espero que possa contribuir para essas novas percepções do Rock nacional, somente assim poderemos ter um melhor e amplo aproveitamento num futuro próximo.
      Agradeço pela pergunta e espero ter conseguido responder.
      att.
      Gustavo Moura

      Excluir
  2. Angela Maria Maritz Carriel
    os governantes que representavam os deuses maias, fiavam no topo da hierarquia social por que?
    existem ainda grupos intermediários como os comerciantes, arquitetos, escritores,soldados e artesão?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. sua pergunta não condiz com o texto que proponho
      att.
      Gustavo Moura

      Excluir
  3. Quando você fala do Rock, não podemos perder de vista que a efervescência de bandas nacionais, RPM, Legião Urbana, Capital Inicial, entre outros, foram buscar nos problemas do nosso país, as inspirações para as suas músicas. A história do rock vai além disso, do acordar para os problemas sociais? Outro exemplo, desta inserção do rock com a História é a banda U2.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim a história do Rock vai além disso, não devemos perder de vista que o Rock tem sua expansão a partir da industrialização da cultura, ele nasceu já inserido nisso, portanto essas bandas que você citou seguem as logicas mercadológicas da industria fonográfica, esse fato também é interessante para pensa a História, onde vemos a expansão do capitalismo através da cultura, pensando não o Rock por ele mesmo, mas inserido num contexto politico, cultural e social.
      Obrigado pela pergunta, espero ter conseguido responder
      att.
      Gustavo Moura

      Excluir
  4. Tudo bem? Nos tempos atuais não e complicado trabalhar esse gênero em sala de aula? Em vista que a maioria dos alunos brasileiros parecem conhecer apenas o funk carioca e o sertanejo universitário? Como superar o "gosto" do aluno e fazer com que ele valorize esse gênero? Não teria que talvez fazer uma interdisciplinaridade com a matéria de artes?

    Obrigado pela atenção!

    Márcio de Oliveira Souza
    souzamos100@yahoo.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Penso que as dificuldade de se trabalhar com o Rock são as mesma de qualquer outro gênero musical que o professor se proponha. Penso que as demandas que o Funk ou Sertanejo trazem são diferentes, são também estilos ricos para perceber as transformações sociais, pois são estilos que partem de populações pobres, como no caso do Funk com os morros cariocas ou do sertanejo com temáticas do homem das regiões agrarias do Brasil, como todos os estilos musicas (seguindo a logica dos conceitos da industria cultural) foram se moldando ao mercado e buscando novas alternativas de alcance do público. Sobre a interdisciplinaridade, penso que esse é um fato, na escola atual isso é de grande importância, no caso do Rock não somente a matéria de ensino artístico, mas Português, Sociologia, Filosofia, Inglês, Espanhol, temos exemplos até do uso do Rock em Química e Física. Na escola temos que perceber que esses conhecimentos devem se entrelaçar, pois são complementos de um todo que seria a formação social do aluno.

      Obrigado pela pergunta, espero ter conseguido responder
      att.
      Gustavo Moura

      Excluir
  5. Boa noite, Gustavo!
    A diversificação das estratégias de ensino é importante para estimular os alunos e alcançarmos resultados mais satisfatórios. Gostaria de saber o que pensa sobre a utilização do Rock como meio de estudar o cotidiano e a sociedade, principalmente no período da ditadura civil-militar brasileira.
    Abraços,
    Paulo Roberto de Azevedo Maia

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sua pergunta é de grande importância, quando pensamos em Rock as primeiras imagens são das que conseguiram visibilidade na industria fonográfica, mas usando uma afirmação do historiador Paulo Chacon no livro O que é Rock, onde ele expõe que o Rock é sim um estilo surgido nos EUA, mas nele vem o sentindo de regionalização, então as demandas locais sempre vão estar presentes no Rock. Na minha monografia estudei a Cultura Rock/Metal e na dissertação estou trabalhando com as Relações do Rock com a imprensa, ambos na cidade de Parnaíba, situada no estado Piauí, na monografia mostro o desenvolvimento dessas bandas nas décadas de 80 e 90, mostrando as características locais, cada local tem uma atitude diferente diante dos fatos históricos, portanto o uso do Rock é totalmente valido numa percepção dos cotidianos.

      Obrigado pela pergunta, espero ter conseguido responder
      att.
      Gustavo Moura

      Excluir
  6. Boa tarde!
    Texto objetivo e claro.
    Vejo como um grande recurso o uso da música em sala de aula, em especial o rock pela trajetória das bandas, muitas apresentando protestos e sendo perseguidas. Como conquistar os alunos para esse gênero musical numa época onde o funk e o sertanejo universitário?

    Adriana Monteiro
    adri.rmonteiro@gmail.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. todos os estilos citados por você são grandes fontes para perceber a sociedade brasileira, temos que ver em que contexto esse aluno está inserido, assim como o Rock é uma importante arma, objetivo esse do meu texto, mas também o Funk seria uma grande fonte para perceber a sociedade carioca, assim como sertanejo seria para perceber a sociedade em Goiás. Portanto a empatia do professor é essencial para perceber quais estratégias devem ser usadas na sala de aula e alcançar o objetivo.

      Obrigado pela pergunta, espero ter conseguido responder
      att.
      Gustavo Moura

      Excluir
  7. Olá Gustavo!
    Muito interessante sua abordagem.

    Penso que o Rock como sendo um estilo musical encontrado mundo afora está envolto a diferentes contextos culturais e sociais, fator que pode muitas vezes ser notado na sonoridade de cada vertente, como por exemplo aquele swing das bandas americanas do começo da década de 1970 (Hendrix é um grande exemplo), ou aquela linha harmônica mais "reta" como no caso de muitas bandas europeias (Industrial, Death, Black), isso sem contar as temáticas encontradas nas letras. Você acredita ser pertinente trabalhar estas questões em sala de aula, afim de identificar os variados grupos culturais? Abraço

    Ailton Ribeiro Nascimento

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, vou usar dois exemplos que você coloca, Hendrix teve uma atitude de tocar o hino dos EUA com distorção, isso não simboliza somente que ele achou bonito o som, mas todo um contexto que a sociedade vivia e sua atitude foi de agressão com essa atitude, outro exemplo que você coloca é o Black Metal, ele é um estilo importante para entender dois pontos, um as culturas pagãs suprimidas pelo cristianismo, além de ter sido um movimento surgido tendo um dos objetivos a ida de encontro as transformações que a sociedade na noruega estava vivendo a partir do capitalismo. O rock não é só um estilo musical, mas sim o um estilo musical/comportamental e está diretamente ligado as demandas da juventude na sociedade do seu tempo.

      Obrigado pela pergunta, espero ter conseguido responder
      att.
      Gustavo Moura

      Excluir
  8. Temos muito material para utilizar do Rock nas aulas de História, desde a própria história do rock e seu contexto de origem, como as próprias composições, com letras que podem auxiliar nas aulas. Cito exemplo da banda Iron Maiden, que apesar de ser uma banda de heavy metal, as letras são de uma riqueza histórica muito intensa. O vocalista da banda é historiador. Sendo assim, você acredita que as músicas e letras em si, são mal aproveitadas nas salas de aula ou você conhece algum trabalho desenvolvido por professores nesse sentido e qual a eficácia?

    Danielle Christine Othon Lacerda

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Vou falar a minha experiencia, já usei o Rock para dar uma aula e foi gratificante ver os resultados dessa escolha. Cito alguns trabalhos no texto, mas sei que há muito mais, escolhi esses no objetivo de mostrar em dois grandes eventos, um da área do Rock e outro do Ensino, como o Rock consegue chegar, pra minha felicidade nesse evento temos mais trabalhos sobre Rock, particularmente vejo o uso do Rock eficaz quando usado de forma correta, não a música pela música, mas ver todo o contexto em que ela está inserida.

      Obrigado pela pergunta, espero ter conseguido responder
      att.
      Gustavo Moura

      Excluir
  9. Olá Gustavo!
    Em primeiro lugar parabéns por sua pesquisa! Acredito que o Rock, a Música, assim como as mais diversas manifestações artísticas podem contribuir fortemente em caráter metodológico e enquanto fonte para o Ensino de História.
    Gostaria de lhe sugerir uma provocação/pergunta: Roger Chartier constrói a ideia de representações e práticas sociais/culturais como elementos fundamentais para análise da sociedade e sua cultura. Desta forma, ou nessa abordagem, você poderia concluir que o Rock (suas letras) são representações da sociedade enxergada por seu autor? E, se sim, como o historiador pode lidar com esta fonte, já que muitos postulam a música como algo muito mais poético e literário do que factual?
    É uma provocação, até porque eu me faço muitas vezes estes questionamentos, trabalho com textos de teatro enquanto fonte histórica, e essa problemática sempre me surge.
    Parabéns! Sua pesquisa é muito pertinente!

    Ass.: Geovane da Silva Rodrigues

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Penso que sim, um musica rock é a percepção do seu autor. Esse é um questionamento bem pertinente e interessante de ser discutido, o Rock assim como qualquer outro tipo de arte é uma percepção do seu autor perante a sociedade, temos que entender que um musico, ator, escritor está inserido na sociedade e as escolhas dele perante essa sociedade vão moldar a sua arte, essas escolhas são os sentimentos que ela leva. Portanto uma música ou de uma peça tem como objetivo passar uma mensagem para um certo publico, isso mostra essa intencionalidade.

      Obrigado pela pergunta, espero ter conseguido responder
      att.
      Gustavo Moura

      Excluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.