A LITERATURA DE
CORDEL NO ENSINO DA GRÉCIA ANTIGA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM ESCOLAS PÚBLICAS DO
PARÁ
Geraldo Magella de
Menezes Neto
Introdução
Musas filhas de Apolo
Tragam-me inspiração
Para narrar uma
guerra
De nação contra nação
Derramando sobre mim
A luz da imaginação.
(VIANA, 2006, p. 1)
Contá-la com
perfeição
Nessa hora é o que
mais quero
Portanto caro leitor
Sua atenção eu espero
Pra voltarmos à
história
Conforme narrou
Homero. (VIANA, 2006, p. 3)
As
estrofes acima fazem parte do início da narrativa do folheto de cordel História de Helena e a guerra de Tróia,
do poeta Antônio Klévisson Vianna. Vianna narra em forma de versos de cordel a
história da Ilíada, cuja autoria é
atribuída ao poeta grego Homero, sobre a guerra de Tróia.
O folheto
de Klévisson Vianna se apresenta como um interessante recurso didático em sala
de aula para tratar da temática da mitologia grega. Além disso, a linguagem em
forma de versos pode tornar a leitura mais agradável para os alunos. Nesse
sentido, o presente trabalho pretende socializar uma experiência da utilização
de folhetos de cordel no ensino da Grécia Antiga. O texto será dividido em duas
partes: na primeira, destacamos como a literatura de cordel pode ser utilizada como
recurso didático nas aulas de História; na segunda parte, relatamos a
experiência do uso do folheto História de
Helena e a guerra de Tróia, em turmas de 5ª série (6º ano) nas escolas
Prof. Remígio Fernandez e Prof. Abel Martins e Silva, do estado do Pará, no
distrito de Mosqueiro (Belém).
A literatura de
cordel: recurso didático para o ensino de História
Em
primeiro lugar, o que é a literatura de cordel? O cordel é uma poesia em forma
de versos rimados, com temáticas variadas. Márcia Abreu
afirma que para adequar-se à ‘estrutura oficial’ da literatura de cordel, um
texto deve ser escrito “em versos setessilábicos ou em décimas, com estrofes de
seis, sete ou dez versos”. Deve seguir um “esquema fixo de rimas e deve
apresentar um conteúdo linear e claramente organizado”. Deve, portanto, ter
“rima, métrica e oração.” (ABREU, 1999, p. 119). O principal suporte do cordel
é o ‘folheto’, que é impresso em papel pardo, de má qualidade, medindo de 15 a
17 x 11 cm. Nas capas se estampam o nome do autor, os títulos dos poemas, o
nome da tipografia impressora e seu endereço. Algumas vezes, a data de
publicação, o preço, a indicação do local de venda (TERRA, 1983, p. 23), além
de uma imagem representando o tema da história. Em relação ao número de
páginas, Joseph Luyten aponta que o folheto é feito a partir de uma folha tipo
sulfite dobrada em quatro. Por isso, o número de páginas da literatura de
cordel deve ser múltiplo de oito, já que cada folha sulfite dobrada em quatro
dá possibilidade para oito páginas impressas. (LUYTEN, 2005, p. 45).
Vários
autores destacam que a literatura de cordel pode ser um recurso didático nas
aulas de História. Lacerda e Menezes Neto apontam os chamados “folhetos
de acontecido”, aqueles que tratam de informar sobre os “últimos
acontecimentos” como “a melhor opção para os professores de História”.
(LACERDA; MENEZES NETO, 2010, p. 226). Maria Grillo aponta que “inúmeros são os
eventos do século XX contidos nos folhetos que relatam o cotidiano da nossa
História e nos quais são dadas representações diversas das contidas nos livros
didáticos” (GRILLO, 2006, p. 83).
Não só eventos
do século XX são abordados nos folhetos. A Antiguidade também é abordada pelos
poetas, podendo ser também um excelente recurso didático nas aulas de História.
No
presente relato de experiência, trabalhamos com o folheto de cordel História de Helena e a guerra de Tróia,
do poeta cearense Klévisson Viana. O folheto possui 16 páginas, sendo uma
releitura da obra Ilíada, de Homero. (MENEZES NETO, 2015). François
Lefèvre afirma que, segundo a tradição, Homero é um aedo cego que viveu na
Jônia no final do século IX ou no século VIII. A Ilíada, que contém cerca de 15 mil versos, narra a cólera de
Aquiles, ocorrida no décimo ano da guerra de Tróia. (LEFÈVRE, 2013, p. 93). Segundo Pedro Paulo Funari, “as cidades citadas por Homero, escavadas pela Arqueologia, existiram
realmente, mas os detalhes narrados são invenções poéticas.” (FUNARI, 2011, p. 21).
Imagem 1: Capa do
folheto História de Helena e a guerra de
Tróia. Acervo pessoal do autor.
O uso do folheto História
de Helena e a guerra de Tróia em sala de aula: relato de experiência
Nos anos
de 2014 e 2015, utilizamos o folheto de cordel História de Helena e a guerra de Tróia em turmas de 5ª série (6º
ano) para tratar do tema da mitologia grega. O objetivo principal era fazer com
que os alunos conhecessem algumas histórias relacionadas aos deuses e herois
gregos chamando a atenção para a importância da mitologia na sociedade grega da
Antiguidade.
Segundo
Richard Buxton, “a religião dos gregos estava tão imbricada na sociedade que a
ideia de separar ‘igreja’ e ‘estado, tão fundamental para outras tradições
religiosas, seria sem sentido no contexto da Grécia Antiga.” (BUXTON, 2002, p.
425). Pedro Paulo Funari afirma que “aos seus deuses, os gregos também
reputavam histórias, aventuras, narrativas fantásticas – os mitos – que eram
passadas, oralmente, de geração a geração”. Os gregos acreditavam que os mitos
eram “relatos que provinham dos antepassados e, por isso mesmo, eram aceitos
como acontecimentos de um passado distante.” (FUNARI, 2011, p. 58).
Nesse
sentido, relacionamos a abordagem da mitologia grega com o que é proposto pelos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) de História para o terceiro ciclo,
destacando “as relações entre a sociedade, a cultura e a natureza, na História
de povos do mundo em diferentes tempos”: mitos de origem do mundo e do homem; a
natureza nos mitos, ritos e na religião; religiosidade, deuses zoomorfos,
divindades femininas e masculinas e valores sobre a vida e a morte. (BRASIL,
1998, p. 59).
Cabe
ressaltar que os alunos já tinham um conhecimento prévio de alguns personagens
da mitologia grega a partir de filmes, desenhos, jogos, a exemplo de: Hércules, Tróia, 300, Percy Jackson. A partir desse
conhecimento prévio, fizemos uma abordagem inicial da mitologia grega,
destacando suas características, os deuses e herois principais, sua influência
na sociedade grega. Nessa atividade inicial, utilizamos duas aulas de 45
minutos. Após essas aulas mais teóricas, passamos a trabalhar com o folheto História de Helena e a guerra de Tróia,
de Antônio Klévisson Vianna.
A
primeira atividade realizada, seguindo a sugestão de Ana Marinho e Helder
Pinheiro foi a da leitura oral do folheto, considerada pelos autores como
“indispensável”. (MARINHO; PINHEIRO,
2012, p. 129). Fizemos junto com os alunos a leitura do folheto, alternando as estrofes:
na primeira lia as meninas, na seguinte os meninos, na terceira todos liam
juntos. Para Marinho e Pinheiro, “diferentes e repetidas leituras em voz alta é
que vão tornando o folheto uma experiência para o leitor.” (MARINHO; PINHEIRO,
2012, p. 129).
A leitura
oral do folheto foi bastante animada, com os alunos participando da atividade.
Quando se deparavam com alguma palavra que não conheciam, fazíamos uma pausa
para soletrar e explicar o significado da palavra, e logo em seguida
retomávamos a leitura. Segundo Arievaldo Viana Lima, na leitura de um folheto,
“o texto deve ser analisado e discutido por toda a classe, para que haja melhor
aproveitamento.” (LIMA, 2006, pp. 57-58).
Além da
mitologia grega, o folheto de Viana possibilita relacionar o passado e o
presente, a exemplo das estrofes abaixo:
Quanto ao “Cavalo de Pau”
E sua imagem, então
Entrou logo pra história
Representando armação
Pra tapear o inimigo
E ganhar uma questão. (VIANA, 2006, p. 14)
Quando você ganha algo
Que lhe traz desassossego
O nosso povo hoje em dia
Dessa expressão faz emprego
Quando o presente é ruim
Diz: - ‘É Presente de Grego!’. (VIANA, 2006, p. 14)
Essas estrofes remetem a
expressões que são utilizadas hoje no dia-a-dia. O “cavalo de pau” seria a
ideia de enganar um inimigo. Durante a leitura do folheto, também chamamos a
atenção para o termo “cavalo de tróia” relacionado à informática. ‘Cavalo de tróia’
são programas maliciosos que executam ações não autorizadas pelo usuário.(http://brazil.kaspersky.com/internet-security-center/threats/trojans) O ‘Cavalo de Troia’ se
passa por um programa ordinário, que abre as portas para que o
hacker invada o computador, desencadeando uma serie de ações não
autorizadas pelo usuário para excluir dados, bloquear dados, modificar dados,
copiar dados e atrapalhar o bom desempenho do computador. (http://www.mundotecnoweb.com.br/tecnologia/350-cavalo-de-troia-entenda-o-que-e-o-virus-de-origem-grega-que-ataca-sua-maquina.html) Nesse sentido, a
atribuição de tal termo tem uma óbvia inspiração na história da Ilíada.
Outra
expressão bastante comum é “Presente de Grego”, que se refere a um presente
ganho que não se gosta. Inspirado no cavalo de madeira dado aos troianos pelos
gregos, foi o presente que custou a derrota a Tróia, pois os gregos escondidos
no cavalo puderam abrir os portões e atacar a cidade. Alguns alunos já
conheciam a expressão, e com isso podemos fazer a relação passado-presente,
destacando como a cultura da Grécia Antiga faz parte do cotidiano dos alunos.
Após a
leitura oral, realizamos um questionário sobre a história do folheto para
estimular a interpretação do texto. Perguntas como: Explique os motivos para a
guerra entre gregos e troianos; Quem era Helena? Qual a fraqueza de Aquiles?
Explique a ideia de Ulisses para terminar a guerra, etc. Tratando-se de alunos
de 5ª série, muitos com dificuldades de leitura de escrita, não poderíamos
elaborar questões muito complexas. Por outro lado, o fato do cordel ser uma
linguagem em forma de versos rimados torna o texto mais compreensível para os
alunos. Assim, sobre Helena, o cordel aponta que “Não havia em todo o
mundo/Beldade mais cobiçada” (VIANA, 2006, p. 2); já em relação a fraqueza de
Aquiles, “Se algum opositor/Usasse de sutileza,/Ferindo seu calcanhar/O matava
com certeza” (VIANA, 2006, p. 5).
Nosso
objetivo com o questionário é que os alunos identificassem os principais pontos
da narrativa para entendê-la melhor. Podemos dizer que a maioria conseguiu
responder as questões de forma correta e entender a narrativa. Para a leitura
do folheto e a atividade do questionário utilizamos três aulas.
A última
atividade realizada foi a elaboração de desenhos a partir do folheto. Arievaldo
Viana Lima sugere, por exemplo, “pedir a cada aluno que escolha uma estrofe
para ilustrar e depois montar uma exposição sequenciada dos desenhos, conforme
o texto.” (LIMA, 2006, p. 59). Nesse sentido, solicitamos aos alunos que
escolhessem as principais partes do cordel História
de Helena e a guerra de Tróia para desenhar.
Imagem 2: Desenho
de aluna da 5ª série sobre o folheto História
de Helena e a guerra de Tróia. Acervo pessoal do autor.
Imagem 3: Desenho
de aluna da 5ª série sobre o folheto História
de Helena e a guerra de Tróia. Acervo pessoal do autor.
A maioria
dos alunos desenhou o rapto de Helena por Páris, as batalhas entre gregos e
troianos, a construção do cavalo de madeira por Ulisses e a derrota de Tróia.
Entendemos que o desenho pode ser uma atividade que ajuda a reforçar a
compreensão do texto pelos alunos, além de ser um exercício que foge da rotina
da escrita nas aulas de História. Nesta atividade final do desenho, utilizamos
duas aulas.
Considerações finais
Este
breve relato de experiência busca chamar a atenção para a potencialidade da
literatura de cordel enquanto recurso didático nas aulas de História. Além de
utilizar uma linguagem em forma de versos rimados, de fácil compreensão aos
alunos, o cordel tem o mérito de estimular a leitura. Portanto, mesmo um tema
aparentemente distante da realidade dos alunos, como a mitologia grega, pode
ser trabalhado de uma maneira mais atrativa para os alunos, visando uma
aprendizagem mais efetiva. No total, foram cinco aulas com o recurso da
literatura de cordel. Deixamos de lado alguns assuntos? Não demos “todo o
conteúdo” de Grécia Antiga? A resposta para essas perguntas é sim, e estamos
satisfeitos com isso, pois acreditamos que essas cinco aulas foram mais
significativas e atrativas para os alunos do que se simplesmente continuássemos
a copiar no quadro a matéria, já que as escolas não dispunham de livro
didático. O texto fica aqui como objeto de crítica e discussão aos leitores.
Referências
Folheto
de cordel:
VIANNA,
Antônio Klévisson. História de Helena e a
guerra de Tróia. 2 ed. Fortaleza: Tupynanquim Editora, dez. 2006.
Sites:
http://brazil.kaspersky.com/internet-security-center/threats/trojans Acesso em 5 fev. 2016.
http://www.mundotecnoweb.com.br/tecnologia/350-cavalo-de-troia-entenda-o-que-e-o-virus-de-origem-grega-que-ataca-sua-maquina.html Acesso em 5 fev. 2016.
Bibliografia
ABREU,
Márcia. História de cordéis e folhetos.
Campinas, SP: Mercado de Letras/Associação de Leitura do Brasil, 1999.
BRASIL.
Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
curriculares nacionais: história. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BUXTON,
Richard. “Religião e mito”. In: CARTLEDGE, Paul. (org.). História ilustrada da Grécia Antiga. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.
FUNARI,
Pedro Paulo. Grécia e Roma. São
Paulo: Contexto, 2011.
GRILLO, Maria Ângela de Faria. História em verso e reverso. Revista
de História da Biblioteca Nacional. Ano 2, n. 13, outubro de 2006.
LACERDA, Franciane Gama; MENEZES NETO, Geraldo
Magella de. Ensino e pesquisa em História: a literatura de cordel na sala de
aula. Outros Tempos. vol. 7, n. 10,
dez. 2010, pp. 217-236.
LEFÈVRE,
François. História do mundo grego antigo.
São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013.
LIMA,
Arievaldo Viana. (org.). Acorda cordel
na sala de aula. Fortaleza: Tupynanquim
Editora/Queima-Bucha, 2006.
LUYTEN,
Joseph. O que é
literatura de cordel. São Paulo: Brasiliense, 2005.
MARINHO, Ana
Cristina; PINHEIRO, Hélder. O cordel no
cotidiano escolar. São Paulo: Cortez, 2012.
MENEZES NETO, Geraldo Magella de. Releituras
da Ilíada: a Guerra de Tróia em versos de cordel. Philía: Jornal Informativo de História Antiga, Rio de Janeiro, Ano
XVI, n. 51, p. 5, jul./ago./set. 2014.
TERRA, Ruth
Brito Lêmos. Memória de lutas: literatura de folhetos do Nordeste (1893-1930).
São Paulo: Global Editora, 1983.
Caro Geraldo;
ResponderExcluirexcelente texto! Pergunto: qual seria a principal fonte de história antiga para os cordelistas? [filmes, livros, ...?] Tens indicações de outros cordéis versando sobre história antiga?
saudações,
André Bueno
Prezado André, muito obrigado!
ResponderExcluirOs poetas de cordel leem bastante antes de produzir um folheto, principalmente jornais e revistas, nos casos das "histórias de acontecido", além de livros. No caso do presente folheto, certamente o poeta se baseou na obra Ilíada, de Homero, e de alguns filmes que possa ter visto,como Tróia. No folheto ele não deixa claro quais as suas inspirações. Uma resposta mais clara só seria possível com uma entrevista com o próprio poeta.
Sobre história antiga, tem A "Ilíada em cordel", "A Odisséia em cordel", "A Eneida em cordel", todos do poeta Stélio Torquato Lima, da editora Queima-Bucha, do Rio Grande do Norte. Além disso, o poeta Gonçalo Ferreira da Silva produziu várias biografias em cordel de personagens da Antiguidade, como Homero,Anaximandro de Mileto, Arquimedes, Hipócrates, Pitágoras e Sócrates. Esses folhetos podem ser consultados no site da Casa de Ruy Barbosa: http://docvirt.com/docreader.net/docreader.aspx?bib=CordelFCRB&pasta=Goncalo%20Ferreira%20da%20Silva&pesq=
Os que eu conheço são esses, certamente tem mais. Cordialmente,
Geraldo Neto (UFPA/FIBRA/SEMEC-Belém)
AMEI, não conhecia! =D
Excluirmuuuito obrigado!
André Bueno
Olá professor Geraldo!
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho.
O meu primeiro contato com cordel foi na casa de meus avós, ainda nas séries iniciais, essa leitura ajudou no meu processo de alfabetização.
Em 2015, pesquisando sobre a 2ª Guerra Mundial pela ótica Literária para um seminário de História Contemporânea, me deparei com o seus trabalhos sobre o cordel. Algumas pessoas do meu grupo não sabia nem o que era cordel.
A minha dúvida é saber se é adequado utilizar esse recurso didático em todos os anos e se é possível estender para outros conteúdos.
att
Cristiana Dionizio Teixeira
Prezada Cristiana, muito obrigado pela leitura.
ResponderExcluirA literatura de cordel pode sim ser utilizada como recurso didático em variadas séries. No entanto, cabe analisar antes se a história contada em versos tem relação com o conteúdo trabalhado em sala de aula. O cordel não pode ser um mero passatempo em sala, mas um recurso que auxilie na aprendizagem.
A metodologia na utilização do cordel varia de acordo com as séries. Nos primeiros anos do fundamental, por exemplo, é mais adequado realizar uma leitura coletiva e estimular a produção de desenhos baseados na história do folheto. Já nas séries maiores, como o ensino médio, é possível estimular que os alunos criem seus próprios cordéis ou relacionar a abordagem do poeta com outras fontes históricas. Vai depender de cada turma.
Uma vantagem do cordel é que trata de vários temas históricos. Até mesmo questões atuais, como a operação Lava Jato, as doenças provocadas pelo mosquito da dengue, o racismo, a homofobia,o bullying, etc, estão sendo retratados pelos poetas. Então, fazendo uma pesquisa na internet, em acervos, ou até adquirindo folhetos em feiras e bancas de revistas, é possível encontrar folhetos que tratem de temas relacionados ao ensino de História e a questões do presente dos alunos.
Cordialmente,
Geraldo Neto (UFPA/FIBRA/SEMEC-Belém)
Obrigada professor!
ExcluirMas moro no Paraná, aqui não é comum encontrar o cordel para compra, só consigo acessar os materiais pela internet. Será que existe algum site que abrigue esse tipo de arte, tipo uma plataforma para consulta de nome de autor, assunto da obra, local e ano de publicação?
Olá Cristiana. Tem o site da Casa de Ruy Barbosa, que tem um acervo importante sobre cordel que pode ser consultado na integra: http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/acervo.html
ExcluirOutros sites tem informações sobre a história do cordel, algumas histórias e venda de folhetos, como o site da ABLC, Academia Brasileira de Literatura de Cordel: http://www.ablc.com.br/
Indico alguns blogs:
Acorda Cordel:
http://acordacordel.blogspot.com.br/
Cordel Atemporal: http://marcohaurelio.blogspot.com.br/
Varneci cordel:
http://varnecicordel.blogspot.com.br/
Cordel de Saia:
http://cordeldesaia.blogspot.com.br/
Tributo ao cordel:
http://tributoaocordel.blogspot.com.br/
Cordel do Brasil:
http://cordeldobrasil.com.br/v1/
Cordialmente,
Geraldo Neto (UFPA/FIBRA/SEMEC-Belém)
Professor Magela muito interessante e motivador tal metodologia de ensino, então já se consegue perceber um melhor rendimento de seus alunos nas avaliações escolares diante desses pressupostos de ensino? Ass, Fernando Condurú
ResponderExcluirObrigado pela pergunta Fernando.
ExcluirNa realidade, com essa atividade não viso uma melhora imediata no rendimento, mas sim um resultado a longo prazo, que desperte nos alunos o gosto pela leitura. Pois a maioria dos alunos da escola pública chega a 5ª série/6º ano sem um nível adequado de leitura e escrita, resultado de uma má formação nas séries anteriores e devido não terem uma cultura da leitura. O que dificulta para o professor de História, daí a necessidade de recursos didáticos que chamem a atenção do aluno e atividades que estimulem a criatividade, como o desenho.
Cordialmente,
Geraldo Neto (UFPA/FIBRA/SEMEC-Belém)
O uso da poesia no ensino de história contribui para que os alunos possam ver esta disciplina como parte integrante da realidade do aluno e não só como uma disciplina de cunho teórico? de que maneira? Ass: Fernando Condurú
ResponderExcluirObrigado pela pergunta Fernando.
ExcluirCom certeza. A literatura de cordel, é um exemplo disso, muitos temas históricos que estão nos folhetos podem ser relacionados ao presente do aluno, a exemplo da discussão da escravidão e do racismo, os conflitos agrários na Amazônia, etc. Cabe ao professor antes das atividades fazer uma seleção de histórias em versos que podem dialogar com a realidade dos alunos.
Cordialmente,
Geraldo Neto (UFPA/FIBRA/SEMEC-Belém)
Olá,Geraldo! Sua temática é maravilhosa,pois,considero o cordel um bom gênero para prender mais a atenção do alunado nos fatos históricos.Não sou cordelista,porém faço bastante cordéis para as minhas aulas.Em tempos difíceis para provocar a leitura,o cordel desperta o mundo literário e o imagético.Pensa assim também?
ResponderExcluirObrigado pela pergunta Ivanize.
ResponderExcluirPenso assim também. O cordel tem uma grande capacidade de despertar curiosidade, imaginação, risos, etc. Na primeira metade do século XX, quando era considerado o "jornal do povo", essas reações eram comuns aos leitores-ouvintes dos folhetos, que tinham nele praticamente a sua única fonte de informação.
Parabéns, eu não consigo escrever em versos de cordel, é muito difícil. Continue escrevendo que trará bons frutos para as suas aulas.
Cordialmente,
Geraldo Neto (UFPA/FIBRA/SEMEC-Belém)